No final da tarde desta quinta-feira (27), a Petrobras deu a largada na venda de sua participação de 51% na Gaspetro. Os outros 49% pertencem à japonesa Mitsui. A Gaspetro, por sua vez, é dona de 49% da Sulgás. A intenção da estatal é privatizar a Gaspetro, de forma semelhante ao que ocorreu com a BR Distribuidora.
A operação era esperada, tanto que o governo do Estado chegou a tentar negociar uma venda conjunta da Sulgás, mas a largada no processo sugere que não foi possível conciliar os movimentos. Conforme informações de mercado, havia dificuldade de conciliar a posição da Mitsui.
A Sulgás está listada entre as 19 companhias distribuidoras locais apresentadas como parte do ativo oferecido ao mercado. A privatização da estatal gaúcha do segmento de distribuição de gás natural já está sendo tocada pelo BNDES, por sua vez contratado pelo Piratini para a tarefa. Conforme disse à coluna o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, já está tomada a decisão de alterar o contrato de concessão da Sulgás antes da venda, para incluir metas de expansão de fornecimento de gás natural. Segundo Lemos, a empresa optou por sair do negócio antes e deixar ao futuro essa negociação.
Conforme as regras estabelecidas pela Petrobras, os potenciais compradores deverão ter patrimônio líquido de ao menos US$ 500 milhões, e fundos de investimento precisarão comprovar ao menos US$ 1 bilhão em ativos sob gestão. Para evitar concentração de mercado, serão barrados participantes que tiverem atividade em outros segmentos do setor de gás natural no Brasil, como participação societária direta ou indireta em negócios que atuem em outros segmentos, que não o de distribuição, da cadeia de suprimento de gás natural.