Começou na semana passada o processo de negociação para venda conjunta da Sulgás por seus dois atuais sócios, o governo do Rio Grande do Sul, que tem 51% das ações, e da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, com 49%. Na semana passada, em entrevista à coluna,
o diretor-executivo de relacionamento institucional da Petrobras, Roberto Ardenghy, havia respondido assim a uma pergunta sobre a possibilidade de a estatal acompanhar a oferta:
– Em gás natural, o que discutimos hoje é nossa saída de várias posições. Vendemos parte dos gasodutos, como o da TAG (Transportadora Associada de Gás) por quase R$ 10 bilhões e agora vamos contratá-la para transportar nosso gás. Estamos estudando a possibilidade de sair da posição de sócio nas empresas de distribuição de gás, já foi até anunciado pelo nosso presidente, estamos considerando esta alternativa.
Conforme o secretário de Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, na semana passada foram iniciadas tratativas conjuntas entre o governo gaúcho, a Gaspetro e o BNDES, contratado pelo Piratini para assessorar a privatização também dos dois brasços da CEEE,
o de distribuição – que será vendido separadamente, como anunciou o presidente da companhia e o de geração e transmissão. O contrato para modelar a venda da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) ainda não foi assinado.
– Temos a bandeira verde dos acionistas para iniciar tratativas. De nossa parte, apresentaremos nosso cronograma e intenção. Temos boas expectativas de uma ação concatenada – afirmou o secretário.
A Sulgás é considerada uma empresa com boa atratividade em um futuro leilão, que deve ocorrer no próximo ano. Tem à disposição para venda cerca de 2 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, cerca de 5% do total disponível no Brasil. É pequena, mas mais enxuta do que CEEE e CRM, e a única lucrativa das três estatais gaúchas à venda. Embora a venda dos 51% do governo gaúcho já embutisse prêmio de controle, ter total autonomia de decisão, sem um sócio do tamanho e da importância estratégica da Petrobras pode valorizar a empresa aos olhos de investidores privados.