Com duas possibilidades sobre a mesa, o governador Eduardo Leite bateu martelo: vai seguir adiante com a venda das ações que excedem os 50% mais uma que o governo do Estado precisa manter para garantir o controle do Banrisul. Ao menos, por enquanto. A possibilidade de vender parte da Vero não está no horizonte agora, mas não significa que não possa ser reativada mais adiante. A publicação do comunicado no momento em que se especula que a bolsa de valores possa voltar a tocar o nível de 100 mil pontos não é coincidência.
No ano passado, depois de vários ensaios, operações de oferta de papéis do banco e de sua subsidiária de cartões (Vero) tiveram de ser abortadas diante de um mercado com baixo apetite.Consultados pela coluna, dois executivos ligados à operação afirmam que ainda não há data prevista para a oferta, mas ao menos um deles admite que a perspectiva de a bolsa voltar aos 100 mil pontos é um sinal positivo. Nesta quarta-feira (12), a bolsa abriu em ligeira queda, mas já virou para o positivo e passa de 99 mil pontos.
O anúncio foi feito ainda antes da posse do novo presidente da instituição, Claudio Coutinho., que ainda aguarda aprovação do Banco Central, depois de ter sido aprovada na Assembleia Legislativa. Desde outubro passado, as ações
do Banrisul registraram forte valorização. Saíram de R$ 15 para alcançar a máxima de R$ 26,50 em março. Desde então, vêm oscilando com leve declínio. Nesta quarta-feira (12), depois do anúncio da venda, caem 3,73%, para R$ 23,20.
Na campanha eleitoral, o governador Eduardo Leite havia se comprometido a usar recursos de privatizações – caso de CEEE, Sulgás e CRM – e venda de ativos públicos com foco na resolução dos problemas fiscais do Estado. No entanto, neste ano já admitiu, ao menos no caso da venda das estatais, a possibilidade de usar o capital obtido no custeio da máquina pública.