Ainda ameaçada de perda da concessão da área de distribuição, a CEEE será mais uma vez alvo de investigações internas. Nesta quinta-feira (20), a secretária de Minas e Energia, Susana Kakuta, e o presidente da estatal, Urbano Schmitt, anunciaram a abertura de uma comissão processante. O objetivo é apurar "potenciais responsabilidades" na implantação da Transmissora de Energia Sul Brasileira (TESB) e do Complexo Eólico Povo Novo. Ambos são projetos do governo anterior, de Tarso Genro.
Coordenado pela Procuradoria-Geral do Estado, com apoio das secretarias de Minas e Energia, da Fazenda e da Segurança Pública, o trabalho vai apurar se houve falhas administrativas ou funcionais no atraso das obras, que abriu novo risco de caducidade das concessões. No caso da TESB, as obras deveriam ter sido concluídas em 2013, e no Complexo Eólico Povo Novo, em 2016. Caso a concessão seja revogada, a empresa perderá todos os investimentos feitos até agora, além de sofrer multas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Caso isso ocorra, a já delicada situação financeira da CEEE será agravada. As duas empresas em que a estatal está dividida, por força de lei, só não acumulam patrimônio líquido negativo porque "sobram" cerca de R$ 332 milhões na soma das duas. A CEEE Distribuidora (CEEE-D) tem patrimônio líquido negativo de R$ 2,093 bilhões, enquanto o braço de geração e transmissão (CEEE-GT) tem valor positivo de R$ 2,425 bilhões.
Secretaria e empresa também apresentaram um novo plano de recuperação para a empresa, que inclui a venda de participações em sociedades de participação especial (SPE) e soma menos de R$ 2 bilhões. O problema é que inclui planos de difícil implementação, como a venda de debêntures (títulos de dívida privada). A CEEE-D conseguiu renovar sua concessão, mas está condicionada a cumprir metas financeiras e de qualidade no serviço.