A General Motors (GM) apresentava o Chevette como um carro pequeno, mas "com grandes vantagens". Em propagandas no lançamento, há 50 anos, anunciou que o porta-malas era quase duas vezes e meia maior que o daquele "carrinho que você conhece tão bem". Será que era uma provocação ao Fusca, da Volkswagen? Certamente. O Chevette chegou para disputar mercado com Fusca, Dodge 1800 e Corcel.
Em 24 de abril de 1973, o carro foi lançado em convenção nacional dos revendedores Chevrolet. O preço de largada era Cr$ 21.290, o que equivalia a 68 salários mínimos. Na Europa, foi chamado Opel Kadett. A história do carro começou na Alemanha. No Brasil, a GM deu início ao Projeto 909 em 1970. A produção exigiu a contratação de 6 mil funcionários e ampliação da fábrica de São José dos Campos, em São Paulo.
O primeiro modelo, fabricado até 1977, é de motor 1.4, câmbio de quatro marchas e tração traseira. Popularmente, ficou conhecido como Chevette Tubarão. O apelido surgiu da comparação da frente do carro com a cabeça do temido animal.
A fabricante oferecia dois conjuntos de opcionais. Na linha conveniência, ganhava itens como acendedor de cigarros, rádio de três faixas de ondas, calhas nas postas, iluminação no porta-malas e cinzeiro no painel lateral. A versão luxo tinha, por exemplo, relógio, molduras nas janelas laterais e abertura das rodas.
Na década de 1980, a General Motors lançou Hatch, Marajó e Chevy, completando a linha. O Chevette teve várias versões até 1993, quando deixou de ser produzido. Os últimos foram o Júnior, considerado um fracasso, e Chevette L 1.6/S. Na política de incentivo de carros populares do governo Itamar Franco, o Chevette foi a aposta da montadora.
O carro é valorizado no mercado de colecionadores. O mecânico Jonatan Malonn Masseroni, da Authentic Restoration Garage, de Canoas, conta que está ficando mais escasso, o que deixa os veículos mais caros. Ele já teve 13 Chevettes, desde o primeiro, um Tubarão de 1973. O entusiasmo virou profissão, trabalhando hoje com reforma de carros antigos.
Questionei Masseroni sobre as qualidades do Chevette. Sem esconder que é suspeito, devido à paixão pelo carro, enumerou uma série de pontos, destacando a dirigibilidade. O mecânico tem um Chevette DL 1991 e um Chevette SL 1976.
O ano de 1973 foi marcado por outros lançamentos da indústria nacional: Ford Maverick, Volkswagen Brasília e Dodge 1800.