Dizem que nem vegetariano resiste à Churrascaria Barranco. O restaurante fundado em 1969 nos altos da Avenida Protásio Alves, na Capital, não só se mantém firme e forte há 55 anos — celebrados nesta semana — como se tornou um clássico porto-alegrense, desses que marcam a cidade.
É uma história que ultrapassa a carne assada, os cortes nobres e suculentos, o famoso lombinho com queijo, o carrinho de salada e a concorrida polenta frita — um dos petiscos mais icônicos da casa. Aliás, peço licença para abrir parênteses: a polenta fininha e crocante é fruto de um pedido pessoal da jornalista Tânia Carvalho, que acabou caindo no gosto da clientela.
— No início, era uma polenta mais grossa, até que um dia a Tânia me chamou e pediu para prepararmos assim, bem fina. Outros clientes viram e pediram também. Aí, não parou mais e adotamos o novo formato — conta Elson Furini, dono do negócio.
Há mais de cinco décadas, o Barranco é lugar de encontro de políticos, empresários, artistas, "boleiros" e intelectuais. Muitas decisões importantes foram tomadas lá, entre um chope e outro. Inúmeras vitórias do Grêmio e do Inter terminaram em festa nas mesas do restaurante. Aniversários, casamentos, batizados e festas de todo o tipo tiveram o Barranco como cenário, em especial, no pátio sombreado por árvores, local preferido das famílias aos finais de semana.
Celebridades nacionais e internacionais provaram as iguarias da churrasqueira. Erasmo Carlos, Wanderléa, Ivete Sangalo, Thiago Larcerda, Tarcísio Filho e tantos outros registraram a presença em fotos. Roberto Carlos recebeu carne no hotel. Sammy Davis Jr. (cantor, dançarino e ator norte-americano) não resistiu à picanha.
— O Maurício Sirotsky Sobrinho trouxe o Sammy para jantar aqui. Era a primeira vez que o artista ia comer carne no Brasil. Oferecemos nossa picanha. Ele gostou tanto que pediu para levar — conta Elson, rindo da lembrança.
Além dos momentos felizes, o Barranco também passou por épocas difíceis, como com a pandemia e a morte de um dos sócios, Chico Tasca, em 2020. Apesar dos tropeços, Elson diz que o segredo da longevidade continua sendo o compromisso com a qualidade.
— Cuidamos de todos os detalhes, desde a origem dos produtos, o transporte e o armazenamento até o preparo. Fazemos questão de oferecer o melhor — destaca o dono.
Por dia, são consumidos em média 500 quilos de carne no local, o que dá em torno de 15 toneladas a cada mês.
Perimetral Podcast
Para contar mais detalhes dessa história, Paulo Germano e eu gravamos um episódio do Perimetral Podcast inteirinho de lá — com direito a petiscos e tudo e a relatos preciosos de Elson Furini e do garçom Jorge Luiz dos Santos. Confere no link abaixo ou no canal de GZH no YouTube e nas demais plataformas de áudio.