Depois de mais de uma década de promessas, enfim, a duplicação do Caminho do Meio está prestes a sair do papel. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano enviou para a Central de Licitações (Celic) o edital que prevê a contratação da empresa que ficará responsável pela obra que será realizada em Viamão.
Nesta semana, o deputado estadual Valdir Bonatto (PSDB) ouviu do secretário Rafael Mallmann que o governo tenta que o processo de escolha seja aberto ainda neste ano. A expectativa do governo é que a duplicação poderá começar já no primeiro semestre de 2025.
A obra começará por Viamão porque a prefeitura foi a primeira a ter os projetos da obra aprovados pela Caixa Econômica Federal, que presta apoio às análises do material. O trecho a ser duplicado tem 11,4 quilômetros.
A prefeitura de Alvorada apresentou os estudos para a duplicação do seu trecho, de 4,3 quilômetros. Porém, o projeto recebeu ressalvas e solicitações de alterações pela Caixa. Dessa forma, a documentação está precisando ser revista, antes que seja possível iniciar a obra.
Já o trecho de Porto Alegre, que tem 7,3 quilômetros, teve os projetos entregues pela prefeitura em novembro. O edital está sendo montado.
A obra na Capital é uma das promessas feitas por Sebastião Melo para o seu segundo mandato. E já há, inclusive, recurso separado para fazer parte da obra. O governo do Estado cadastrou uma proposta para captação de recurso federal e obteve a aprovação de R$ 25 milhões pelo PAC Mobilidade Urbana Sustentável - Mobilidade Grandes e Médias Cidades. Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), com esse montante será possível atualizar o projeto e executar a construção de 3,2km de corredor de ônibus.
Duplicação
A ideia é duplicar a Avenida Protásio, a partir da Avenida Saturnino de Brito, até a RS-040, em Viamão. Além disso, o trecho envolvendo a Estrada do Cocão, entre a RS-040 e a Avenida Frederico Dihl, também receberia investimento.
Ao todo, 23,2 quilômetros irão receber mais pistas, corredor de ônibus, ciclovia, calçadas, novas paradas de ônibus e iluminação. Estudos feitos pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) apontam que, com a conclusão da duplicação, será possível ganhar 20 minutos de tempo no deslocamento entre as cidades, só no transporte público.
O edital vai dizer o tempo de execução da obra, mas a estimativa prevista é que a duplicação deverá durar três anos. Além do investimento na duplicação, o governo ainda precisará realizar desapropriações de terra.
Verba perdida
Em 2012, a Metroplan conduziu estudos sobre a duplicação. Um ano depois, a obra recebeu recurso federal, mas a demora para retirá-la do papel fez com que o então Ministério das Cidades, em dezembro de 2016, anunciasse o cancelamento da verba. A ideia era duplicar o trecho e implementar corredor de ônibus, deixando a via com mais condições para receber a quantidade de veículos que recebia.