Aguardada para outubro, a licitação para escolher quem irá realizar o projeto de duplicação do Caminho do Meio, vai precisar esperar mais um tempo para sair do papel. Recentemente, o governo do Estado anunciou o cancelamento do processo de contratação.
O pedido foi feito pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur). De acordo com a pasta, apesar do recuo, a medida trará agilidade na execução e irá deixar o custo da obra R$ 3,55 milhões menor.
Os três municípios envolvidos — Porto Alegre, Alvorado e Viamão — estavam já com projetos bem adiantados. Os prefeitos acordaram que eles farão os estudos e, até janeiro, vão doar o material para o governo gaúcho, que ficará responsável pela contratação da obra. O governo federal também informou que irá liberar recursos para a construção
— Depois de muito diálogo junto aos municípios envolvidos, ocorreu um acordo entre eles para realizar o projeto, que irá receber uma contrapartida do Estado no valor de R$ 230 milhões. Essa mudança aconteceu porque as cidades apresentaram planejamentos bastante adiantados e se comprometeram a contribuir de forma direta para realização da obra por meio de doação. No prazo de 90 dias, os municípios de Alvorada, Porto Alegre e Viamão irão atualizar os projetos já existentes, ficando com o Estado a execução da obra — destaca o secretário Carlos Rafael Mallmann.
A ideia é duplicar a Avenida Protásio, a partir da Avenida Saturnino de Brito, até a RS-040, em Viamão. Além disso, o trecho envolvendo a Estrada do Cocão, entre a RS-040 e a Avenida Frederico Dihl também receberia investimento. Ao todo, 23,2 quilômetros irão receber mais pistas, corredor de ônibus, ciclovia, calçadas, novas paradas de ônibus e iluminação.
O projeto vai dizer o tempo de execução da obra, mas a estimativa prevista é que a duplicação deverá durar três anos. A intenção do governo é poder iniciar a duplicação a partir de 2025.
Neste montante não está incluso o valor referente às desapropriações de terra que serão necessárias. Estudos feitos pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) apontam que, com a conclusão da duplicação, será possível ganhar 20 minutos de tempo no deslocamento entre as cidades, só no transporte público.
Verba perdida
Em 2012, a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) conduziu estudos sobre a duplicação. Um ano depois, a obra recebeu recurso federal, mas a demora para retirá-la do papel fez com que o então Ministério das Cidades, em dezembro de 2016, anunciasse o cancelamento da verba. A ideia era duplicar o trecho e implementar corredor de ônibus, deixando a via com mais condições para receber a quantidade de veículos que recebia.
Região em crescimento
A região tem recebido muitos condomínios nos últimos anos, o que tem aumentado a quantidade de veículos trafegando pelo local. Dados de agosto de 2020 da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), indicaram que 24 mil veículos passavam a cada dia útil na região, próximo à Manoel Elias, em ambos os sentidos.