O governo gaúcho está revendo sua estratégia para a instalação de pedágios nos novos contratos de concessões das rodovias estaduais. Com a regulamentação do Free Flow no Brasil - sistema de cobrança automática de tarifa - os editais dos dois blocos de estradas que serão repassados para a iniciativa privada estão passando por uma atualização.
A intenção, segundo o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, é que os futuros contratos já tenham essa previsão, que eliminará as estruturas de cobrança atuais.
- A ideia é não ter praça física (de pedágio) em nenhum lugar. Não haverá custo financeiro e ambiental para construir as praças de pedágio. Temos uma oportunidade de se fazer isso - destaca Capeluppi.
A partir dessa alteração, a possibilidade de cobrança de pedágio na RS-118 está sendo discutida. Tanto que o governo solicitou que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) suspenda o estudo que projetava cenários sobre a cobrança de tarifa na rodovia. O levantamento solicitado pelo governador Ranolfo Vieira Júnior avaliaria se seria possível que a RS-118 não tivesse pedágio.
De acordo com Capeluppi, sem a construção de uma praça física de pedágio será possível que o motorista pague proporcionalmente ao uso. Segundo o secretário, esse modelo proporciona valores mais baixos de tarifa, o que agrada mais aos usuários.
- Existe disposição a pagar (o pedágio). Tudo depende do preço cobrado - avalia ele.
A partir da definição dos estudos, o governo do Estado deverá realizar uma nova audiência pública para ouvir moradores, empresários e políticos.
A intenção de Capeluppi é que em agosto já seja possível consultar a população. Dessa forma seria possível lançar os dois editais ainda em 2023.
Protestos
Empresários, prefeitos e até aliados políticos já se manifestaram contrários à ideia. Eles protestam contra a instalação de cobrança em um trecho urbano usado para deslocamentos curtos entre municípios vizinhos. Além disso, o pedágio seria instalado em cidades de baixos índices de desenvolvimento econômico e social.
Promessa de campanha
Durante a campanha eleitoral no ano passado, o então candidato a reeleição Eduardo Leite se prontificou a não levar adiante a ideia de pagamento de tarifa na estrada. Seu concorrente do segundo turno, Onyx Lorenzoni, também havia feito a mesma promessa.