Quase um ano depois de ter anunciado três pacotes de concessões de rodovias estaduais gaúchas, o Palácio Piratini anunciou um recuo. Após pressão de prefeitos, parlamentares e empresários, o governo decidiu devolver para estudo um bloco de oito rodovias da Região Metropolitana, Litoral e Serra.
O principal questionamento envolve a RS-118. O governo quer que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), responsável pelos levantamentos que embasaram o projeto, diga se é possível que a rodovia não tenha pedágio.
Outra alternativa seria dividir o valor da tarifa entre dois pontos de cobrança. Uma terceira opção seria usar recursos públicos para que a empresa vencedora do leilão execute a principal obra da RS-118: a duplicação de 15 quilômetros entre Gravataí e Viamão. Por fim, analisar se é possível seguir com o bloco de sete rodovias e licitar a concessão da RS-118 à parte.
De acordo com o governador Ranolfo Vieira Júnior, a rodovia tem uma característica diferenciada. Muitos motoristas passam pela estrada diariamente no deslocamento entre casa e trabalho. Questionado, ele garante que a motivação não envolveu as proximidades das eleições.
— Não foi a eleição que fez tomarmos essa decisão. A decisão foi sim de natureza técnica, a fim de buscar um maior diálogo e resolução sobre o assunto — comentou Ranolfo.
Os estudos deverão ser realizados em até quatro meses. Após isso, o governo ainda irá fazer audiência e consulta públicas. Sendo assim, a publicação do edital poderá ocorrer apenas no fim do ano.
Outro anúncio feito pelo governador envolve o bloco dois de rodovias — como a RS-129, RS-130 e RS-324, que contempla estradas do Norte e do Vale do Taquari. O governo pretende lançar o edital da disputa em junho, possivelmente nesta primeira semana.
— O maior retrocesso é nós não darmos seguimento a essa concessão de rodovias no Estado. Vivemos um momento difícil no mercado internacional? Vivemos. Mas não sei até quando vai se viver esse momento e se esse momento não vai, inclusive, se agravar — avalia Ranolfo.
Já sobre o bloco três, de rodovias da Serra, o governo aguarda o prazo de quatro meses para que as empresas apresentem a documentação exigida. O contrato deverá ser assinado em setembro.