A decisão anunciada pelo governo estadual nesta terça-feira (31) de retomar os estudos sobre o "bloco 1" do programa de concessões rodoviárias e reavaliar a localização da praça de pedágio prevista inicialmente para o trecho urbano da RS-118, em Gravataí, agradou aos prefeitos da Região Metropolitana.
A possibilidade de instalação das cancelas no km 22,6 da estrada, em um ponto de alto fluxo próximo à freeway, vinha recebendo críticas de gestores municipais e de representantes da comunidade que chegaram a criar o movimento RS-118 Sem Pedágio.
O prefeito de Nova Santa Rita e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Rodrigo Battistella, sustenta que a entidade considera positivo o recuo do Piratini e aguarda uma nova proposta.
— Nós, prefeitos da Região Metropolitana, somos contra o pedágio na RS-118. Se o governo recuou, é sinal que está escutando as comunidades, os prefeitos. É uma praça de pedágio inviável. Esperamos que, realmente, essa praça possa ser modificada de local, e que o governo apresente uma nova proposta em uma nova localidade que não vá prejudicar tanto o desenvolvimento econômico e social dessa região — afirma Battistella.
Uma das questões que preocupa líderes políticos e empresariais do entorno, além da localização da praça em trecho urbano utilizado para deslocamentos curtos e entre municípios vizinhos, é a proximidade com cidades de baixos índices de desenvolvimento econômico e social.
O PIB per capita de Alvorada, por exemplo, registra o pior desempenho gaúcho, com R$ 13,5 mil conforme dados referentes a 2019. Viamão, outra localidade que teme ser afetada pela cobrança na rodovia, ocupa o 490º lugar no ranking estadual, com R$ 15,8 mil.
— Essa decisão do governo demonstra o quão errado está o pedagiamento de uma rodovia urbana. Até o governo, aparentemente, está começando a se dar conta disso. Estamos abertos ao diálogo, mas não vamos mudar o nosso posicionamento contrário a esse pedágio — afirmou o coordenador do movimento contra a cobrança na RS-118, Darcy Zottis.
Na tarde desta terça-feira (31), Zottis seguia buscando apoio de deputados na Assembleia contra a possibilidade de instalação da praça em Gravataí. Conforme o anúncio do Piratini, o reestudo envolvendo o bloco rodoviário pode contemplar hipóteses como a simples retirada da praça prevista no trecho urbano, a instalação de um ponto de cobrança em trecho a ser construído (Gravataí-Viamão), duas (uma no trecho já construído, outra não), concessão patrocinada (Estado garante o valor da obra a ser feita, e pedágio fica apenas para manutenção), entre outros cenários que serão discutidos.