Depois de anos de espera, a revitalização da Usina do Gasômetro pegou ritmo. Os serviços estão em andamento há pouco mais de 100 dias, depois de terem ficado nove meses parados.
Quem passa pela orla do Guaíba ainda identifica muito trabalho pela frente. A fachada do prédio histórico, por exemplo, aponta a necessidade de recuperação.
Porém, as principais pendências foram resolvidas, e não há nada que impeça uma aceleração dos trabalhos nesta reta final, e a entrega em março de 2023.
O maior desafio atualmente é concluir a recuperação da laje onde está localizado o Teatro Elis Regina. Como a estrutura dá estabilidade ao prédio, a execução precisa ser meticulosa.
Paralelamente, as equipes do consórcio RAC - Arquibrasil ainda precisarão recuperar e pintar as paredes internas e externas, instalar o piso de todo o imível. As janelas precisam receber tratamento, assim como os vidros. Falta também realizar o acabamento nos banheiros e instalar o elevador do prédio.
Ao final dos trabalhos, a Usina ficará apta a ser ocupada. Porém, ainda não estará pronta. A prefeitura precisa definir quem executará a nova instalação elétrica do imóvel. O projeto está pronto. A avaliação que está sendo feita aponta a possibilidade do investimento ser assumido pela administração municipal ou ficar sob responsabilidade de quem irá gerir a Usina quando ela for concedida para a iniciativa privada. Até lá, os eventos que o prédio histórico irá receber necessitarão de geradores.
Outra questão que precisa ser resolvida se refere ao mobiliário. Mesas, cadeiras e instalações para a sala de cinema P.F. Gastal, para o teatro e para as operações comerciais como bares e restaurantes ainda precisam ser adquiridas.
- A obra está a pleno vapor. A não ser que aconteça algo inesperado, nós acreditamos que vamos cumprir o prazo. Estamos fazendo uma ampla reforma neste espaço que está fechado desde 2017. Ele (prédio) precisava de profundas melhorias. Vamos entregar um espaço ainda melhor e mais funcional para a cidade - destaca o secretário municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi).
Por que as obras pararam
Como havia necessidade de ajustar o contrato, que previa serviços subdimensionados, as empresas desligaram os funcionários em outubro de 2021. Eles não mais teriam o que executar a partir daquela data.
Fechada desde 2017
Em fevereiro de 2022, a prefeitura e as empresas chegaram num consenso. Um aditivo foi aprovado indicando que o contrato sofreria reajuste e a maior parte dos trabalhos restantes seria retomada.
Segundo essa atualização de contrato, as empresas não executariam a reforma da parte elétrica, que seria realizada a partir de uma nova licitação. A retirada deste item permitiu reajustar a obra no máximo permitido, atualizando as necessidades atuais da revitalização.
O valor da obra subiu para R$ 16,33 milhões, o que representa um reajuste de 42,65% em relação ao proposto inicialmente. O contrato havia sido assinado em novembro de 2019, ao custo R$ 11,44 milhões, e foi reajustado em janeiro de 2021, quando passou para R$ 13,97 milhões.
A revitalização começou em janeiro de 2020. Os serviços deveriam ter sido finalizados em março de 2021. Essa é uma das 21 obras que o prefeito Sebastião Melo determinou como prioritárias.
A Usina do Gasômetro está fechada desde novembro de 2017. Na ocasião, o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) venceu e não foi mais renovado.