A Carris está relançando um edital que pretende leiloar bens e trazer mais de R$ 329 mil aos cofres públicos. Entre os itens há cinco sucatas de ônibus, que variam de R$ 11,4 a R$ 12,8 mil e atualmente ocupam espaço no pátio da sede da companhia, na zona leste de Porto Alegre.
O leilão será realizada em 13 de agosto. Em maio, a companhia de ônibus realizou disputa mas não houve interessados para estes bens ofertados.
Porém, entre os bens que estão sendo vendidos está uma academia completa. São cinco esteiras de corrida e outros aparelhos chamados de Cross Over, Voador, Puxada Alta, Cross Smith, barra de alongamento com bolas de pilates, suporte e barra de alteres, cadeira adutora, bicicleta ergométrica, Leg Press e Extensor. O valor mínimo para quem tiver interesse em participar deste lote é de R$ 17,6 mil.
A montagem desta academia custou R$ 55 mil e fez parte de um investimento maior feito numa área que gerou uma disputa entre a empresa e a União Social dos Empregados da Carris, a USE Carris. Entre 2006 e 2009, a companhia gastou R$ 1 milhão na construção da sede social da associação. A sede foi inaugurada em 2008, com prédio com salão de festas e academia, além de quadra de futebol com grama sintética e estacionamento.
Em junho do ano passado, quando o caso foi divulgado por GaúchaZH, a procuradoria jurídica da Carris sustentava que o investimento na obra da sede social não era ilegal, desde que atendesse a função social da empresa, ou seja, que o benefício fosse para todos os empregados da companhia.
O problema estaria no fato de que o uso do espaço não era livre a todos os empregados. Era restrito a sócios ou a terceiros que pagassem. A USE Carris passou a fazer locações do espaço e isso, na avaliação da prefeitura, teria gerado enriquecimento ilícito da entidade a partir do uso de um bem público. Esse foi um dos argumentos que a prefeitura usou para pedir na Justiça e reintegração de posse do terreno.
O imóvel havia sido cedido pela prefeitura de Porto Alegre à Carris, que irregularmente o repassou à associação dos empregados. Quanto a locações, a USE Carris alega que os valores obtidos eram usados exclusivamente em prol da manutenção da estrutura, que tem salão de festas, academia, quadra de futebol com grama sintética, churrasqueiras, CTG e estacionamento.