A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com a colheita prestes a começar, as tradicionais maçãs de Vacaria, na serra gaúcha, servirão mais mesas Brasil afora a partir deste ano. É do outro lado do mundo, em Singapura e nos Emirados Árabes Unidos, de onde vem a novidade. Um dos principais players brasileiros na exportação da fruta, a gaúcha RASIP fechou negócio com os dois países — em Singapura, pela primeira vez.
Na avaliação do diretor da RASIP, Celso Zancan, o novo negócio é estratégico:
— Apesar de não serem grandes mercados, é sempre importante capilarizar. E estão do lado da Malásia, da Indonésia, países asiáticos populosos, importantes (comercialmente).
Sergio Martins Barbosa, presidente da RAR, empresa que leva no nome as iniciais de seu criador, Raul Anselmo Randon, da qual a RASIP faz parte, concorda:
— Atualmente, Emirados Árabes Unidos e Singapura são mercados dominados pela importação de frutos chineses. É um movimento de capilarização que está trazendo bons frutos para a economia interna.
Dos 500 a 600 contâineres da RASIP que são exportados por ano, 20 a 30 contâineres devem ser destinados aos dois países.
Além disso, Zancan afirma que as maçãs chinesas não são tão saborosas — o que pode dar margem para mais espaço ao Rio Grande do Sul e ao Brasil no mercado no futuro:
— Apesar de ser disparado o maior produtor de maçã do mundo, com metade da produção mundial, a China tem pouco sol, variação climática. Isso faz com que as maçãs sejam pouco saborosas.
Atualmente, cerca de 20% de toda a colheita da RASIP é destinada à exportação para mais de 10 países ao redor do mundo.