As jornalistas Bruna Oliveira e Carolina Pastl colaboram com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Protagonista na ceia de fim de ano, a carne suína vem ocupando cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros, deixando de ser opção somente durante as festividades. O maior apetite mexeu com o comportamento da proteína em 2024 e deve seguir influenciando o mercado no próximo ano, conforme projeta o setor.
O crescimento na produção, ajustado à demanda, vai proporcionar que a cadeia produtiva tenha bons resultados econômicos em 2025, antecipa o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador. O dirigente falou sobre o mercado no programa Campo e Lavoura da Gaúcha.
O reflexo virá também em preço. Na avaliação da entidade, o alinhamento entre quantidade produzida e consumo interno e externo garantirão melhores margens e alívio ao consumidor.
Veja trechos da entrevista:
Como se comportou o mercado em 2024?
Tivemos um primeiro semestre em que o mercado andou bastante de lado em relação a preços e cotações. Não tinha força para subir e repassar a melhor remuneração para o produtor. Por outro lado, tivemos o custo de produção, os preços do milho, da soja, que caíram em função da boa safra. Foi um semestre em que o produtor teve um resultado econômico no 0 a 0. No segundo semestre, tivemos uma escalada nos preços do suíno vivo em função da boa demanda de exportações. Isso fez com que tivéssemos uma valorização do quilo do suíno vivo pago ao produtor. Foi um semestre bem positivo, em que a conta econômica pagou os custos e deixou uma boa margem. Na média, foi um ano em que o segundo semestre equilibrou primeiro e o produtor fechou as suas contas no positivo.
E quais as expectativas para 2025?
A expectativa para 2025 é de que vai ser um ano positivo economicamente para o produtor, a indústria de maneira geral, porque está se desenhando uma boa safra de milho no Rio Grande do Sul, depois de muitas dificuldades com safras perdidas. O custo de produção deve se manter nos atuais patamares, que são custos dentro de uma linha aceitável, dentro da normalidade. E o que se observa é que estamos com o mercado interno consumindo bem, a proteína suína está entrando muito bem na alimentação e no cotidiano do brasileiro. Também temos um mercado externo bastante promissor e para 2025 a projeção é de que continuaremos tendo o mercado externo aquecido com novos países buscando o nosso produto.
Isso deve refletir, inclusive, no preço...
Exatamente. Vai manter o produtor tendo a sua rentabilidade. A cadeia produtiva amadureceu muito nos últimos 30 meses. Tivemos grandes dificuldades econômicas, prejuízos, altos custos, oferta e demanda, produção acima da demanda e todos tiveram prejuízo. Mas o setor está chegando a uma conclusão de que ele só pode crescer anualmente aquilo que tem capacidade de escoar naquele ano. Então, a produção e a demanda vão, na minha opinião, caminhar mais ajustadas para dar margem ao setor da produção e da indústria, e, enfim, chegando ao consumidor nos preços que são aceitáveis.