A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Um estudo dedicado a analisar a maturidade tecnológica do agronegócio brasileiro, realizado pela PwC Brasil em parceria com a Fundação Dom Cabral, mostrou que apesar dos avanços em adoção de tecnologia, o setor produtivo ainda atrás em governança e estratégia no processo de transformação digital.
Conforme o levantamento, o índice de maturidade digital do agronegócio é de 3,1 pontos em uma escala de 6 — abaixo da média geral de 3,7 pontos. O resultado contrasta com a ampla adoção de tecnologias emergentes pelo setor, destaca Maurício Moraes, sócio e líder de Agronegócio na PwC Brasil.
A maior dificuldade, aponta o estudo, está em mudar a cultura organizacional e em integrar a digitalização de forma estratégica a longo prazo.
Os indicadores obtidos reforçam que a transformação digital traz impactos positivos no setor, com 69% das empresas relatando melhorias na eficiência operacional e 50% observando mudanças na cultura organizacional. Ainda assim, indicam que planejamento estratégico e gestão ainda são as principais áreas de melhoria, com 35% das empresas destacando esse aspecto.
Em compensação, o setor tem destaque na adoção de IoT (internet das coisas), com 45% das empresas utilizando a tecnologia, contra apenas 9% na média geral. Já a Inteligência Artificial é adotada por 36% das empresas do agro, superando a média geral de 20%, e sendo utilizada principalmente para prever safras, automatizar processos e analisar dados.