O aproveitamento máximo das tecnologias embarcadas em máquinas e implementos agrícolas no Brasil ainda esbarra na conectividade (ou na falta dela). Criada com o objetivo de derrubar essa limitação, levando internet ao meio rural, ConetarAGRO, associação civil sem fins lucrativos, acaba de ganhar um reforço no time. A operadora Vivo e Amazon Web Services (AWS). A novidade e as metas daqui para frente foram anunciadas em meio à programação da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Mais do que crescer em área de cobertura, o foco, a partir de agora, passa a ser em tornar o acesso viável a produtores de propriedades menores, observa o diretor Anselmo Del Toro Arce.
— Naturalmente, em um primeiro momento, grandes produtores conseguiram construir projetos para elevar a conectividade. Neste momento, a associação está empenhada em procurar mecanismos para conseguir fazer um trabalho conjunto para que pequenos e médios consigam acessar — pontua o também diretor de Relações Institucionais da Solinftec, ao ser questionado sobre qual a expansão de área com conectividade para 2023.
No ano passado, a meta era sair de cerca de 7 milhões de hectares para 13 milhões de hectares. Marca que foi superada, chegando aos 14,4 milhões de hectares em áreas rurais e remotas no Brasil. Segundo a ConectarAGRO, cerca de 1,1 milhões de pessoas, 90 mil propriedades, 525 cidades, 13 Estados, 65 unidades básicas de saúde e 221 escolas públicas foram beneficiados com a solução de conectividade aberta — o 4G LTE, na frequência de 700 MHz.
— Boa parte das soluções (para o campo) precisa de conectividade para ter funcionalidade. Mesmo acreditando que nosso crescimento seja exponencial, mais do que área (de cobertura), queremos quantidade de produtores que possam acessar essas tecnologias — reforçou Arce.
Associações e cooperativas são dois dos canais percebidos como possíveis para fazer com que a conectividade seja economicamente viável para produtores com áreas menores. Um mapeamento parcial feito a pedido da ConectarAGRO, apontou 3,1 milhões de pequenos e médios agricultores sem conectividade.
Segundo o dirigente, há tentativas de projetos para o Rio Grande do Sul. Ele avalia que a entrada da operadora Vivo "provavelmente nos ajudará a ter mais alternativas". A associação conta hoje com 44 empresas associadas e apoiadoras.