Duas palavras têm sido recorrentes na 27ª Agrishow quando o assunto é o próximo marco da evolução tecnológica do agro. O futuro da atividade, já altamente inovadora, está atrelado à conectividade e à automação.
É o que apontam executivos das mais diferentes marcas e o que pode ser visualizado nos estandes com as novidades à mostra. Para chegar lá, no entanto, será necessário vencer uma barreira invisível: a cobertura ainda muito tímida de internet no meio rural.
Hoje, conforme dados da Anatel, apenas 19% da área rural brasileira está coberta por conectividade. E para fazer rodar tanta inovação, esse percentual precisa crescer.
Um dos canais pelo qual se pretende mudar esse panorama é o projeto ConectarAgro, que reúne 33 empresas do segmento agro e a Tim, da telefonia móvel. A iniciativa, que nasceu na Agrishow de 2019, virou uma associação e se propõe a levar internet para 13 milhões de hectares até o final deste ano.
O número praticamente dobra a área em que já foi implementada a banda larga 4G (LTE, na frequência de 700 megahertz), de 7 milhões de hectares, em 220 cidades de oito Estados brasileiros. O Rio Grande do Sul ainda não está nesse mapa, mas poderá entrar nessa nova meta — há interesse em levar a proposta para Santa Rosa, no Noroeste.
Cooperativas e poder público têm sido parceiros na implementação da conectividade, beneficiando não só o produtor rural, mas também a comunidade em que está inserido.
— O agro digital é mais produtivo e mais inclusivo — pontua Alexandre Dal Forno, head de marketing e ioT da Tim Brasil.
Ana Helena de Andrade, que acaba de assumir a presidência do ConectarAgro, destaca que um dos grandes diferenciais da associação é a diversidade de integrantes movidos por um interesse comum: conectar máquinas, coisas e pessoas.
— Nosso desafio é achar esse caminho de como chegar naquele produtor que não tem 15 mil, 20 mil hectares — completa Gregory Riordan, que passa a ser vice-presidente da associação.