A perspectiva de um verão sob a influência do La Niña em um Estado de estiagens recorrentes é sempre um ponto de atenção para o setor produtivo. Para o Rio Grande do Sul, o fenômeno traz como potencial efeito a escassez de chuva e, consequentemente, a redução na produtividade das lavouras.
Coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro) da Secretaria Estadual da Agricultora, Flávio Varone explica que a projeção dos modelos é de que tenha um La Niña se configurando entre dezembro e fevereiro.
É o que também está no radar de Desirée Brandt, sócia-executiva e meteorologista da Nottus, em apresentação nesta quinta-feira (19) sobre as projeções para o verão:
— No Oceano Pacífico, a água esfriou um pouco mais na última semana, podendo indicar o surgimento do La Niña.
No entanto, ambos ponderam a intensidade do fenômeno.
— Mesmo que ocorra, a tendência é de fraca intensidade e curta duração — reforçou Varone à coluna.
Com relação à temperatura, Desirée acrescenta a perspectiva de um verão mais ameno, principalmente se comparado com o passado.
Por outro lado, mesmo que não se confirme o fenômeno, o cenário tende a ser de diminuição da chuva, “principalmente em janeiro”, pontua o coordenadorS do Simagro, mas que “não deve trazer grandes consequências”. É o que indica o panorama neste momento.
E se o tempo não pode ser controlado, existem ferramentas e informações disponíveis para ajudar na gestão do clima. É o caso do sistema de irrigação.
— Hoje temos um leque enorme de tecnologias — acrescenta Varone.