A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A safra de inverno está em pleno desenvolvimento no campo, mas a atenção do setor começa a se voltar também para a de verão, que será semeada só nos próximos meses. É que, diante da previsão de mais um ano de La Niña, empresas públicas e privadas têm reforçado a necessidade de o produtor se preparar para minimizar impactos nas lavouras. O fenômeno faz crescer a probabilidade de estiagem no Estado.
À coluna, um técnico da Emater e outro de uma empresa de insumos elencaram algumas recomendações de manejo voltadas ao solo. De acordo com ambos, é onde começa a prevenção. Confira.
Primeiro, os exames
— Tal qual uma pessoa doente, o primeiro passo é fazer exames para saber o que se tem.
A frase é do Caio Kolling, gerente de marketing da MaxiSolo Nutrição Vegetal, e o exame que ele refere é a análise de solo. De acordo com Kolling, esse é o recurso que o produtor precisa ter como ponto de partida para começar a entender a necessidade da sua lavoura para a próxima safra.
— A análise de solo é como um raio-X — reforça o técnico.
Para o extensionista rural da Emater Ronaldo Carbonari, esse também é o momento de o produtor buscar por crédito rural:
— Com previsão de falta de chuva, o seguro agrícola se torna preponderante para amparar o investimento que o produtor faz nas lavouras.
Depois, novos hábitos
No plantio, Carbonari sugere que seja feito de forma escalonada, ou seja, em períodos diferentes:
— Isso dilui a possibilidade de perder toda a lavoura para uma intempérie específica.
Cuidar a umidade do solo na hora da semeadura também é outra recomendação que o técnico da Emater chama a atenção. Afinal, o período deve ser de chuvas irregulares.
Medicações em dia
Com a análise em mãos, parte-se para a "medicação" — seguindo a alegoria com a medicina. É quando se observa a necessidade, por exemplo, da adoção de calcário, de fertilizantes, de corretivos e condicionadores.
— Para ter um solo fértil e produtivo, tenho que corrigir o ph do solo e neutralizar o alumínio, que é toxico. E o calcário faz tudo isso — esclarece Kolling.
E a prevenção?
Carbonari pondera, no entanto, que antes de todo esse manejo, há práticas importantes do plantio direto que devem ser adotadas. Como a rotação de culturas e o uso de plantas de cobertura.
— Mas agora já era para ter feito. Se faz no outono e no inverno, no período sem cultura na terra, para proteger o solo — afirma o técnico.