No campo de testes, a realidade imaginada para o futuro, de máquinas agrícolas que "andam sozinhas", já chegou. Mas e quando esses equipamentos estarão à venda nas concessionárias brasileiras? É apenas uma questão de tempo, garantem executivos das fabricantes presentes na 27ª Agrishow.
— O Brasil será um dos lugares de maior adoção de autonomia do mundo. Primeiro, porque há escassez de mão de obra. Segundo, por termos operações de alta escala que usam muita tecnologia. Dito isso, a chave da autonomia é conseguir fazer um operação específica com melhor qualidade e custo do que quando é feita com o operador — pontua Christian Gonzalez, vice-presidente da Case IH.
Na Agrishow de 2017, o trator autônomo desenvolvido pela companhia causou furor entre os visitantes ao ser apresentado. No imaginário coletivo, essa é a versão que materializa a ideia de automação, mas o conceito engloba etapas prévias, já em curso nos equipamentos da companhia, observa Eduardo Penha, diretor de Marketing e Comunicação da Case IH para a América Latina:
— A autonomia tem uma jornada, até chegar em um trator 100% autônomo, que seja seguro e produtivo também.
A primeira etapa dessa jornada, explica Penha começou no final da década de 90, com o piloto automático, hoje com "precisão de centímetros": o trator "caminha" sozinho a partir de uma pré-programação feita. Depois, veio a autonomia coordenada, o operador ainda está dentro do trator. Hoje, está à disposição a autonomia supervisionada. O operador está fora da cabine, e o trator se movimenta sozinho.
— É o quarto e penúltimo passo antes de chegar na autonomia total, que a gente acredita que faremos nos próximos anos — completa Penha.
Além da autonomia, conectividade é outra palavra de ordem na exposição de Ribeirão Preto. A Case IH, traçou a meta de chegar ao final de 2023 com 100% dos novos produtos saindo de fábrica conectados. Isso permite ao produtor saber, de forma remota, saber o que está acontecendo na máquina.