Teve motociata, bandeiras verde e amarelo e gritos de “mito, mito” na passagem de Jair Bolsonaro pela 27ª Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Sob o habitual forte esquema de segurança, o presidente da República participou da cerimônia de abertura da exposição, que retoma o formato presencial após o hiato de 2020 e 2021. No caminho até o parque onde a feira é realizada, ele fez questão de parar para conversar com apoiadores na carreata de motos.
Em seu discurso, o presidente falou sobre eleições, corrupção, fez críticas diretas (e outras indiretas) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e abordou alguns dos assuntos que mais trazem inquietação ao agronegócio. Logo no início afirmou, em relação à posição que ocupa:
— Só Deus me tira daquela cadeira.
Na sequência, voltou a reforçar que o decreto da graça e do indulto — que ele concedeu ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) — "é constitucional e será concedido”.
Em relação ao agro, mencionou o projeto do governo encaminhado ao Congresso para que possa haver exploração do subsolo de áreas indígenas, na busca por matéria-prima que ajude o Brasil a ampliar a produção de fertilizantes. A guerra Rússia-Ucrânia reforçou a necessidade de o país reduzir a dependência do mercado externo — apesar de ser o quinto maior consumidor global, produz apenas 2% desse insumo.
Bolsonaro mencionou também a titulação de terras a assentados da reforma agrária. Segundo o ministro da Agricultura, Marcos Montes, 340 mil famílias já foram contempladas, devendo chegar a 500 mil até o final do ano.
— Estado bom é aquele que não interfere, não atrapalha quem quer produzir — disse ainda o presidente.