Movidas pelo espírito de retomada, as feiras do agronegócio brasileiro resgatam seu protagonismo como palco de acesso a novas tecnologias, debates e reivindicações. Depois do hiato imposto em 2020 e 2021 pela pandemia, os eventos presenciais ocorridos, em realização ou em preparação, evidenciam vazio deixado por esse ambiente de trocas.
— Tivemos o maior número de expositores da história. O público também tem sido além da nossa expectativa, superando já os 100 mil visitantes. Todos os setores estão muito movimentados — avalia Marco Antonio Dornelles, coordenador-geral da Expoagro Afubra.
A feira, realizada em Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, teve de ser cancelada em 2020 e 2021. Só agora pôde celebrar a marca de 20 edições. E, para dar conta da demanda reprimida, ampliou a programação, que se encerra neste sábado (26), para quatro dias. O que alimenta a perspectiva de público recorde.
Outro bom resultado é esperado do pavilhão das agroindústrias familiares.
As vendas nos dois primeiros dias somaram R$ 617,31 mil — na edição de 2019, nos três dias de evento, havia sido R$ 792,5 mil. Resultado que promete ganhar maior amplitude com o sábado, tido como chamariz para o público urbano.
Igualmente otimistas estão os organizadores da 27ª Agrishow, que volta ao formato tradicional depois do intervalo forçado nos dois último anos. A feira ocorre de 25 a 29 de abril e foi lançada oficialmente na sexta-feira.
— O agro não parou, e as indústrias não pararam (na pandemia). O que vai acontecer agora? Uma chuva de novidades — projeta Francisco Matturro, presidente da Agrishow.
Ele estima aumento expressivo no volume de negócios desta edição do evento, promovido por Abag, Abimaq, Anda, Faesp e SRB.
— Muita gente deixa para fazer negócios em feira, o ambiente é vantajoso para isso, os negócios são facilitados — explica Matturro sobre a estimativa de negócios, que em 2019, última edição presencial, somaram R$ 2,9 bilhões.
Os resultados de feiras como a Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), e a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, também são indicadores de que o produtor estava sentindo falta desse espaço.