A menos de uma semana do início da 22ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no norte do Estado, os preparativos dentro do parque, no km 24 da RS-142, ganham velocidade, no ritmo da contagem regressiva para a cerimônia de abertura.
– Está um canteiro de obras, com muitos empreendimentos quase prontos – confirma Ênio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal, em relação à área de 98 hectares onde a feira é realizada.
Depois de um inédito – e necessário – hiato em 2021, frente ao quadro da pandemia, a feira volta a ser realizada. E se a conjuntura é desafiadora, com as perdas da estiagem, a troca de experiências e tecnologias ganha ainda mais relevância.
– Essa retomada tem uma importância enorme, porque o contato fará com que as pessoas criem novamente mais ânimo, perspectiva. A agricultura só no digital não funciona. É importante, ajuda, mas só isso não funciona – reforça Schroeder.
Outro ponto destacado por organizadores e participantes é o da demanda reprimida por um espaço físico para a apresentação de novas tecnologias. Como as exposições de forma geral tiveram de ser canceladas com o avanço do coronavírus, as fabricantes de máquinas ficaram sem esse canal de contato.
Esse é um dos fatores que traz otimismo, apesar do quadro adverso da estiagem, avalia Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers):
– A expectativa é de razoável a boa porque, mesmo com a seca, os agricultores estão ansiosos para ver tecnologias novas.
Em 2020, a Expodireto Cotrijal fechou com R$ 2,6 bilhões em propostas de negócios.
Deixou saudades
A convite da coluna, participantes e organizadores da Expodireto Cotrijal fizeram uma lista do que mais sentiram falta nesse período sem a feira
- Central de tecnologias
Presidente do Simers, Claudio Bier diz ter sentido falta da feira em si. A não realização em 2021 trouxe consequências ao longo do ano. Como a decisão das grandes fabricantes de não participar de nenhum evento presencial.
– Essa desmotivação das grandes empresas foi o maior prejuízo.
- Espaço familiar
Para Jocimar Rabaioli, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), o pavilhão das agroindústrias familiares fez falta para quem compra e para quem vende:
– Aquela diversidade de produto, de cultura, de conhecimento, de trocas de experiências, de vivências que a Expodireto proporciona aos quase 200 expositores do pavilhão
A ausência das feiras fez com que as agroindústrias perdessem, mais do que uma vitrine, um canal de vendas importante para a renda das famílias, que tiveram de se reinventar
- Ponto de interação
Para Enio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal, o contato com as pessoas fez falta. Não só pelo relacionamento profissional, mas também pelas amizades nutridas na feira, acrescenta.