A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais do que a conclusão do plantio, o ano de 2025 vai começar com a perspectiva de colheita cheia para a soja no Rio Grande do Sul. Restam apenas 4% da área prevista (de 6,8 milhões de hectares) a ser semeada, e a Emater manteve a previsão de produção de 21,6 milhões de toneladas do grão.
— Estamos otimistas. De modo geral, ainda não vimos nenhuma situação de irregularidade extrema, como estiagem ou chuva demais. Claro, olhando para as lavouras agora — afirma o diretor técnico da Emater em exercício, Luís Bohn.
Ireneu Orth, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja RS), reforça o prognóstico:
— A safra deve superar a perda que tivemos no ano passado, quando o Estado colheu 19,5 milhões de toneladas. Mas não tem chance de dar supersafra.
A ponderação de Orth tem a ver com as perdas trazidas pela enchente, que chegou ao Estado na reta final da colheita da última safra de verão. O dirigente detalha:
— Vamos ter problemas (de produtividade) na Metade Sul, onde grande parte da área não terá tecnologia, como sementes, fertilizantes, fungicidas e bioinsumos, por falta de recursos. Muitos produtores não conseguiram acesso a financiamentos.
No entanto, além do plantio estar próximo do fim — há áreas na região de Vacaria e na Fronteira a serem semeadas —, as condições climáticas até agora favoreceram e devem continuar favorecendo o desenvolvimento das lavouras.
Bohn chama a atenção ainda para a aplicação de fungicidas contra a doença da ferrugem asiática, que já está sendo realizada no Estado. De acordo com o diretor técnico em exercício, há locais que já registram a presença do fungo causador do problema.