Pequena no tamanho, a semente pode fazer uma grande diferença no bolso do produtor, reforça o Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) da soja, apresentado nesta terça-feira (30) pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e a Fundação Pró-Sementes. A pesquisa analisou o desempenho de 35 cultivares do grão na safra 2023/2024, em 12 localidades, de três microrregiões do Rio Grande do Sul. Em Passo Fundo, 19 sacas separam o maior e o menor rendimento, o que representa R$ 2,28 mil por hectare, a mais ou menos, dependendo da escolha (veja quadro abaixo).
— Hoje, os custos estão altos, então o produtor tem de gerenciar a produção para tentar aumentar a lucratividade. O estudo tem o intuito de orientá-lo. Ele tem um leque grande de opções de cultivares, só que tem de ver qual se adaptará melhor para a sua região, o seu nível de tecnologia — destacou Kassiana Kehl, coordenadora do projeto.
Mais do que nunca, acrescentou Eduardo Condorelli, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), o estudo reflete "os efeitos da calamidade no RS", com problemas enfrentados desde a época do plantio.
— A sojicultura vinha passando por problemas desde a implantação. Hoje é dia 30 e esperamos que o governo possa nos apresentar uma medida excepcional diante da excepcionalidade vivida no RS — completou, em relação à medida provisória prometida pelo Planalto para renegociar os financiamentos de agricultores do Estado.
Além do excesso de chuva que em muitos locais impediu a colheita, fez o grão apodrecer, durante o ciclo também houve uma forte pressão de casos de ferrugem asiática.
Números do estudo
- O Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) é conduzido anualmente em parceria por Farsul e Fundação Pró-Sementes
- Na safra 2023/2024, foram analisadas 35 cultivares de soja em 12 localidades de três microrregiões diferentes
- A máxima produtividade alcançada foi de 103 sacas me São Luiz Gonzaga, nas Missões
- A amplitude das produtividades entre os locais foi de 96 sacas (grupo com variedades precoces em São Luiz Gonzaga) a 28 sacas (grupo tardio de Júlio de Castilhos, 2ª época)
- Foi um ciclo marcado pelo excesso de chuva na semeadura, alta umidade e temperaturas favorecendo o aparecimento de ferrugem asiática e com precipitação excessiva na colheita de locais semeados no tarde
- Em Passo Fundo, o rendimento máximo foi de 89 sacas por hectare e o mínimo, 70. A diferença de 19 sacas por hectares, na região, representa R$ 2,28 mil, considerando um valor de R$ 120 a saca
- Todos os resultados do ensaio podem ser conferidos em fundacaoprosementes.com.br