A edição de retomada da Expodireto Cotrijal com volta de público e de expositores ao parque foi de saldo positivo para os negócios. A feira se encerrou nesta sexta-feira (11) com faturamento total de R$ 4,9 bilhões, alta de 87% ante 2020.
Ao todo, 263 mil pessoas visitaram as atrações em Não-Me-Toque desde segunda-feira (7). Em 2020, último ano de edição presencial antes da pandemia de covid-19, foram 256 mil.
— Depois de um ano sem Expodireto, uma pandemia ainda em curso, uma seca grande, taxas de juro elevadas, guerra na Ucrânia, tínhamos uma incógnita e uma ansiedade de como poderia ser. Estamos superfelizes porque o público é superior à última edição — celebrou Nei Manica, presidente da Cotrijal.
O volume de financiamentos encaminhados por bancos chegou a R$ 4,3 bilhões, incremento de 74% sobre 2020. O pavilhão internacional girou R$ 62,6 milhões. Já o pavilhão da agricultura familiar movimentou R$ 1,7 milhão em vendas.
— Nos primeiros quatro dias já ficamos surpreendidos pela informação das grandes empresas e instituições financeiras. Tudo levava para uma grande comercialização — diz Manica.
Os fabricantes de máquinas, principais responsáveis pelo faturamento da feira, celebraram os resultados. O Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers) avalia que, apesar do cenário adverso, parte dos produtores ainda estavam capitalizados pela safra anterior e bom preço da soja, motivados a investir.
— Esta seca foi diferente porque na anterior o agricultor estava devendo para o banco. Essa pegou a grande maioria com a safra estocada. E como teve alta nos preços, veio para animar, além da chuva dos últimos dias. Isso animou muito o nosso comprador. Sem falar que cada vez temos mais tecnologia agregada e isso anima os investimentos — pontua Claudio Bier, presidente do Simers.
Na avaliação da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (CSMIA/Abimaq), o otimismo do produtor rural que compareceu à feira surpreendeu.
— Primeiro, foi surpreendente o número de visitantes. Outra surpresa é o ânimo dos produtores. Mesmo com essa seca severa que tivemos aqui, você não vê o produtor cabisbaixo — observa Pedro Estevão Bastos, presidente da CSMIA/Abimaq.
O dirigente lembra que muitos negócios são concretizados depois da edição:
— A feira tem um efeito imediato dos negócios feitos aqui, mas tem um efeito também de médio prazo. O que o agricultor viu aqui, ele guarda na cabeça. Partindo da hipótese de que teremos uma boa colheita de trigo, ele vai lembrar da tecnologia que viu e vai voltar às compras.
Para este ano, a Abimaq projeta crescimento de 5% no cenário nacional, após bases altas de 42% de alta em 2020 e de 17% em 2019.
Os números da Expodireto 2022
- Financiamento de bancos: R$ 4,3 bilhões (+74%)
- Recursos próprios: R$ 510 milhões (+308%)
- Pavilhão internacional: R$ 62,6 milhões (+526%)
- Agricultura familiar: R$ 1,7 milhão (+45%)
- Total: R$ 4,9 bilhões
Fonte: Expodireto