Sábado é dia de fazer feira na Capital. E, neste, quem for ao espaço de bancas de orgânicos, junto à Redenção, vai encontrar também uma festa de aniversário. Mais antiga do país com essa proposta, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE), na Avenida José Bonifácio, completa 33 anos. Para além da “idade”, outros números chamam a atenção: a participação mais do que quadruplicou.
Começou com 10 produtores expondo e hoje soma 44 bancas, o equivalente a 200 famílias.
— Nesse período, houve uma verdadeira revolução. A gente era “bicho-grilo” quando começou. Hoje, o próprio agronegócio está acordando para isso, intercalando o uso de defensivos agrícolas com bioinsumos, por exemplo — avalia Edson Marcelo Garcia, coordenador da Associação Agroecológica.
Entre outras mudanças que a feira viveu, Garcia cita a frequência, de mensal para quinzenal e agora semanal, sempre aos sábados, o marco regulatório da agricultura orgânica, em 2003, e a substituição de sacolas plásticas por papéis desde antes da pandemia.
Para os próximos anos, o coordenador elenca dois desafios: a criação da Lei das Feiras Orgânicas de Porto Alegre e o anúncio de proposta de privatização do parque Farroupilha, popularmente chamado parque da Redenção.
No caso da legislação, a ideia é criar uma norma própria para a atividade, que até hoje está sob a jurisdição da Lei dos Ambulantes. Já em relação à privatização, a preocupação dos feirantes está na possibilidade de perder o espaço de trabalho.
Além da FAE, na segunda quadra da avenida há a Feira Ecológica do Bom Fim, que ocorre simultaneamente a ela, aos sábados. Sim, parece uma coisa só, mas não é. Juntas, reúnem 150 bancas e 500 famílias.
Para saber toda a relação nesta e em outras cidades, o Mapa de Feiras Orgânicas, de cara nova a partir desta quinta-feira (13), ajuda há 10 anos consumidores de todo o Brasil a encontrarem onde há venda esses alimentos mais próximos de suas casas.
*Colaborou Carolina Pastl