A estiagem também trará impactos para produtores de arroz orgânico do Estado, que amanhã (18) participam da cerimônia da abertura oficial da colheita na Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana. A programação, que inclui diferentes atividades, termina com o ato simbólico das máquinas colhendo o grão.
De fato, nem tudo são flores. A estimativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é de uma redução de 10% a 15% na safra deste ano em relação à passada, alcançando cerca de 15 mil toneladas. Dos 3,2 mil hectares de área cultivada, 100% irrigada, 35% já foram colhidos.
— As regiões Carbonífera e Fronteira Oeste tiveram as perdas mais significativas, de até 30%, pois foi onde menos choveu e mais fez calor, o que influenciou diretamente no abortamento das flores — detalha Nelson Krupinski, produtor responsável pelo setor comercial e integrante da direção da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), de Eldorado do Sul.
E o impacto na safra não se restringe ao da estiagem. O custo de produção também tem pesado no bolso dos agricultores. E é puxado pelos aumentos de preço do óleo diesel, energia elétrica e fertilizantes orgânicos.
— O cenário é bem preocupante se considerarmos que são áreas pequenas que produzem esse tipo de arroz. Esperamos que o Estado dê algum tipo de suporte, vale-rancho, pague a energia elétrica. A situação está insustentável — acrescenta o dirigente.
A produção do arroz ecológico no Rio Grande do Sul é feita por 296 famílias, em 14 assentamentos, que se dividem em 11 municípios gaúchos das regiões Metropolitana, Sul, Centro-Sul e Fronteira Oeste. Os principais produtores são Nova Santa Rita, Viamão, Eldorado do Sul e Manoel Viana. A comercialização do produto é feita principalmente para o Estado - merenda escolar, Forças Armadas e presídios. Uma parcela é vendida em feiras locais e outra é direcionada para o Sul, Sudeste e Nordeste do país.
*Colaborou Carolina Pastl