Ainda que o apetite por orgânicos esteja cada vez maior, o Brasil tem espaço para crescer, em relação a outros países, na comparação de produtividade - toneladas produzidas por hectare. É o que aponta análise da Embrapa a partir de dados de 14 nações em cinco continentes (Quênia, Tanzânia, Gana e Ruanda, na África, China e Índia, na Ásia, Itália, Espanha e Dinamarca, na Europa, Brasil, México e Chile na América Latina, Estados Unidos, na do Norte e Austrália, na Oceania).
Nas hortaliças, por exemplo, a produção da China é 11,5 vezes maior do que a do Brasil, e a da Espanha, 4,3 vezes. Em contrapartida, o volume brasileiro é 3,2 vezes maior do que o mexicano e 1,3 vez maior do que o dinamarquês.
A exceção fica por conta do açúcar orgânico, que tem fatia de 61% do mercado global - vende a 64 países, especialmente da Europa.
Pelo mapeamento, a produção ecológica está presente em 187 países, com 3,1 milhões de produtores em todo o mundo - os dados utilizados referem-se a 2019. Entre os mercados mais representativos estão Estados Unidos, onde foram movimentados 44,7 milhões de euros, e Europa, que somou 41,4 milhões de euros naquele ano. O Brasil somou R$ 5,8 bilhões em 2020, alta de 30% sobre 2019, segundo a Organis.
- A agricultura orgânica se encontra em grande estágio de desenvolvimento, contando com 72,9 milhões de hectares de área cultivada, tendo alcançado em 2019 um mercado de 106,4 bilhões de euros, sendo os maiores níveis já registrados - destaca Lucimar de Abreu, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e líder da pesquisa.