Foi um mês para ficar na história das exportações brasileiras de carne suína. Agosto fechou com 116,3 mil toneladas embarcadas, volume mensal recorde, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). É uma alta de 27,7% sobre igual período do ano passado. Em receita, o faturamento chegou a US$ 269 milhões, aumento de 28,7%. Resultado que foi alimentado pelo principal destino do produto: a China. O país asiático comprou 16% a mais do que em igual período de 2021, ficando com uma fatia de 42,3% do total vendido pelo Brasil.
— A China liberou os estoques públicos de carne suína recentemente e vem demonstrando uma certa retomada de consumo, com adequação da produção, em razão da incerteza da produção de grãos e de problemas com abastecimento de água — explica, sobre o contexto, Ricardo Santin, presidente da ABPA.
De janeiro a agosto, no entanto, as 722,8 mil toneladas exportadas são 4,5% a menos do que em igual período de 2021. A queda reflete principalmente um movimento registrado no início do ano, igualmente "puxado" pelos chineses, que reduziram as compras e que, agora, está em um ritmo de retomada.
— Para a suinocultura, o pior já passou — avalia Santin.
Reforço no prato de todas as proteínas
Não foi só a carne suína que teve em agosto um momento positivo e de quebra de marcas. As exportações de carne bovina somaram 230,2 mil toneladas, também um recorde mensal, e alta de 8,6% sobre igual mês de 2021. Em receita, o crescimento foi de 15,8%, com US$ 1,36 bilhão, aponta a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Segundo a entidade, a explicação para esse avanço também está na demanda chinesa. Nesta época do ano, o país começa a preparar seus estoques para as comemorações do Ano Novo Lunar.
Na carne de frango, é o status sanitário brasileiro, livre de influenza aviária , que tem levado a bons resultados. Em agosto, foram vendidas 437,8 mil toneladas, expansão de 15,3%. No faturamento, os US$ 922,1 milhões representam aumento de 36,1%.
*Colaborou Carolina Pastl