A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O Rio Grande do Sul fechou 2021 com novas altas nas exportações de frango, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Os números consolidados mostram avanço tanto no valor exportado quanto no volume enviado ao Exterior.
Os embarques da proteína no Estado alcançaram 705,94 mil toneladas, representando alta de 4,04% em relação ao volume exportado no ano anterior. Já a receita com exportações cresceu 27,78% ante 2020, somando US$ 1,176 bilhões.
Somente em dezembro, a receita dos embarques foi 18,43% superior ao mesmo período de 2020, chegando a US$ 101,94 milhões. Já em volume houve queda de 0,85% no mês, com 60,09 mil toneladas.
No país, o volume de carne de frango despachado em 2021 foi o maior já registrado pelo setor em um ano. Foram comercializadas 4,6 milhões de toneladas ao todo. A alta nas exportações foi de 9% em relação a 2020. Em receita, o valor exportado pelo país cresceu 25,7%, somando US$ 7,66 bilhões ao longo de 2021.
No último mês do ano, as exportações de carne de frango foram 7,7% superior ao último mês de 2020, totalizando 411 mil toneladas.
Os mercados da Ásia, África e Europa seguem sendo os principais destinos da produção brasileira.
Na carne suína, o setor de proteína animal também celebra recordes. Os embarques tiveram o maior resultado já alcançado no país, superando em 11% o volume anotado em 2020. Foram 1,13 milhão de toneladas enviadas. Em receita, o crescimento foi 16,4% em um ano, chegando a US$ 2,641 bilhões.
No Rio Grande do Sul, as exportações superaram em 14,67% o volume exportado em 2020, somando 299,66 mil toneladas. Já a receita das vendas ficou 13,39% maior que a do ano anterior, alcançando US$ 713,55 milhões.
Na avaliação do presidente da ABPA, Ricardo Santin, o desempenho das exportações no ano passado teve papel importante para amenizar o efeito dos altos custos no setor. Impactados principalmente pela alta do milho e da soja, utilizados na alimentação dos animais, os gastos com insumos tiveram peso histórico na produção de carnes.
Já na visão do presidente do conselho diretivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, os resultados positivos acabam sendo quase insuficientes.
– Claro que é bom, mas, com folga, não vieram. A exportação unida com o mercado interno não suporta o custo todo – diz o dirigente.
Freiberger ainda cita a estiagem que castiga o Rio Grande do Sul como fator que dificultará ainda mais a atividade. E projeta que o quadro de perdas terá impacto inevitável na produção.
– O frango é uma espiga de milho com pena, como digo. Os números concretos de quebra virão com o decorrer do tempo, mas o resultado já está aí. A produção de suínos e de aves vai encolher porque não tem como sustentar esse custo. É um prejuízo muito grande – avalia.