O ano de 2021 será daqueles para ficar na história da produção agropecuária do Rio Grande do Sul. Estimativa final da Emater para a safra de inverno mostra novas marcas sendo batidas. O trigo, principal cultura da estação do frio, fechou com uma colheita recorde de 3,4 milhões de toneladas, à frente do até então melhor resultado, de 2013. Mas essa não é a única marca do ciclo. Com essa produção – e com problemas que impactaram negativamente a do Paraná –, o Estado deve ser alçado à posição de maior produtor nacional do cereal.
Outro ponto a ser lembrado é a retomada da aposta na cultura, evidenciada pelo aumento de área plantada.
Os 1,18 milhão de hectares representam alta de 23,45% sobre o espaço dedicado à cultura em 2020 e o segundo maior na história. Cresceu, também, a produtividade, em 30,72%, e a produção, em 61,88% sobre o ano passado.
– Foi um ano fora da curva, com a safra de verão e a de inverno boas e preços ótimos. De maneira geral, soja e trigo tiveram um ano ímpar – destaca Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
Algo raro para a produção gaúcha. Desde o início do ciclo de inverno, a perspectiva era de um resultado expressivo. Capitalizado pela soja produzida no verão, o produtor se sentiu mais seguro para buscar renda também no inverno. A área cultivada voltou a ficar acima de 1 milhão de hectares, algo que não ocorria desde 2014. O cenário excepcional, fabuloso, como classifica Rugeri, só foi interrompido por um período de tempo seco na largada do plantio e por 15 dias chuvosos em agosto. Situação que teve efeito sobre o rendimento por hectare (a produtividade obtida é a quarta maior).
Nova fronteira agrícola da soja, a Metade Sul também fez crescer sua aposta nas culturas de inverno neste ano. E a produtividade obtida em regionais como a de Bagé e a de Pelotas ficaram próximas à média do Estado (que foi de 48,21 sacas por hectares).
Além do desempenho recorde no trigo, as outras lavouras da estação do frio (canola, cevada, aveia) foram bem, fazendo o RS alcançar um total de 4,4 milhões de toneladas de grãos, batendo o de 2016.
– O resultado foi uma relação de ganha-ganha: ganhou o produtor, o consumidor e a economia do nosso Estado, com uma agricultura cada vez mais pujante – ponderou secretária de Agricultura, Silvana Covatti.