Ainda tem muito chão, ou melhor, muita lavoura pela frente, mas com a colheita de trigo oficialmente aberta no Rio Grande do Sul, é hora de mirar nos resultados da safra. Neste momento, reforçam-se as projeções de que esta será colheita farta, acima das 3 milhões de toneladas, algo que não se produzia desde 2013. Por ora, as diferenças nas estimativas estão nas casas depois da vírgula. Oscilam entre 3,6 milhões de toneladas e 3,78 milhões de toneladas. Volumes que, se confirmados, colocam o Estado no posto de maior produtor nacional, batendo o Paraná.
A cerimônia simbólica da abertura oficial da colheita gaúcha foi na Fazenda Santa Terezinha, do Grupo Sementes Aurora, em Cruz Alta, no Noroeste. No município, conforme a Emater, são 23,4 mil hectares cultivados, 30% a mais do que em 2020.
Outra região importante na produção de trigo do Estado, Santa Rosa deve acelerar os trabalhos - chegava a 5% da área prevista na última semana. No RS como um todo, é nesta segunda metade de outubro que o trabalho das máquinas ganha ritmo mais intenso nos trigais. Daqui até o encerramento, é o tempo que vai determinar o que vem depois da vírgula.
- Se o clima ajudar, podemos colher a melhor safra de trigo do Rio Grande do Sul, com a retomada do aumento de área e com preços interessantes - reforça Tarcísio Minetto, coordenador da Câmara Setorial do Trigo da Secretaria da Agricultura.
Problemas existiram. Na região das Missões, por exemplo, a falta de chuva em julho e agosto reduziu o potencial produtivo. Ainda assim, completa Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro-RS), produtores que apostaram em tecnologia "vêm colhendo bem", acima de 3 mil quilos por hectare. A rede técnica cooperativa estima que o RS terá colheita de 3,7 milhões de toneladas - no ano passado, o segmento respondeu por 58% da produção do Estado.