Durante visita emergencial ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (24), a primeira como ministra da Agricultura, Tereza Cristina receberá o balanço mais atualizado das perdas geradas pelas enchentes que atingiram o Estado nas últimas semanas. Somando os estragos nas lavouras de arroz, soja e milho, os prejuízos até agora são de pelo menos R$ 786 milhões, segundo cálculos da Emater. Este montante não para de aumentar. Até terça-feira (22), o valor estimado era de R$ 651 milhões, conforme manchete de Zero Hora. O relatório será entregue à ministra em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, pelo secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho.
– O levantamento é importante para termos uma dimensão do tamanho da assistência de que a produção irá precisar, principalmente nas lavouras de arroz que, diferentemente da soja, muitas vezes não têm crédito oficial e vêm sofrendo problemas climáticos e de mercado nos últimos anos – detalha o secretário, que representará o governador Eduardo Leite na agenda com a ministra, marcada para às 16h, no Sindicato Rural de Uruguaiana.
Na produção de arroz, as perdas chegam a R$ 342 milhões, em mais de 220 mil hectares comprometidos – cerca de 22% da área cultivada com o cereal no Estado. Na soja, os prejuízos estimados são de R$ 435 milhões em 275 mil hectares afetados – quase 5% da área total semeada no Rio Grande do Sul.
No milho, os danos são menores, de R$ 9 milhões, já que as regiões afetadas têm pouca área com o produto. Os valores são calculados com base no que as regiões irão deixar de colher em cada cultura devido à chuva em excesso (veja detalhes abaixo). Mas os números não são definitivos, alerta Lino Moura, diretor técnico da Emater.
– É uma fotografia do momento, que pode mudar bastante. Muitas lavouras deixaram de receber tratamento fitossanitário por estarem alagadas, as máquinas não conseguiram entrar. E esses impactos só serão sentidos depois, não sabemos como as plantas irão reagir daqui até o final da safra – explica Moura.
O levantamento da Emater buscou informações de 52 municípios, especialmente da Campanha e Fronteira Oeste, onde a intensidade da chuva foi maior – chegando a 600 milímetros em algumas áreas em apenas uma semana. No total, 16 localidades decretaram situação de emergência desde então.
Há ainda perdas não contabilizadas financeiramente nas atividades de fumicultura, horticultura e pecuária. Mais de 530 produtores tiveram problemas para escoar 625 mil litros de leite em áreas onde estradas foram danificadas