A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O arroz voltou a ser tema de preocupação para o agronegócio gaúcho. Nesta quarta-feira (15), as federações da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) emitiram, em conjunto, uma nota contestando a projeção da safra de arroz da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O problema, conforme as entidades, está na projeção da área plantada, "inflacionada", na avaliação das federações. A autarquia, no entanto, refutou "qualquer ilação quanto à manipulação de dados".
A crítica é feita diante da manutenção da projeção da safra pela Conab em seu quarto levantamento, divulgado na terça-feira (14). Nele, a companhia manteve a expectativa de uma área plantada de 988 mil hectares com arroz. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que estimava inicialmente 948 mil hectares, reajustou na semana passada para 928 mil hectares.
Para Alexandre Velho, presidente da Federarroz, a medida tem um viés "político e populista":
— Essa área muito maior pode trazer um recado de superoferta para o mercado e, consequentemente, achatar os preços ao produtor. Afinal, tempo hábil para corrigir eles tiveram.
Em nota, a Conab refutou a acusação e esclareceu que o acompanhamento da safra é realizado mensalmente. Ou seja, que os dados refletem "a expectativa de produção no mês anterior à publicação do relatório". A companhia também destacou que a semeadura do arroz, no Rio Grande do Sul, encerrou na segunda semana de janeiro e que eventuais atualizações de dados serão divulgadas no relatório de fevereiro.