
O município de Tupanciretã, no Noroeste, carrega uma representatividade importante para a safra de soja do Rio Grande do Sul. Maior produtor do grão no Estado, foi o local escolhido para a cerimônia da abertura oficial da colheita, e é também onde a estiagem mostra efeitos ampliados. Dados da Emater apontam que a produtividade é 51% menor do que a esperada no início do ciclo 2024/2025. As 26 sacas por hectare também ficam abaixo da estimativa da média estadual (37 sacas por hectare).
Luis Fernando Oliveira, assistente técnico da regional da Emater de Santa Maria, que engloba 35 municípios, incluindo Tupanciretã, explica que houve uma combinação de fatores climáticos desfavoráveis. Na semeadura, foi o excesso de chuva que atrapalhou: muitas lavouras tiveram de ser replantadas. Em janeiro e fevereiro, o tempo seco:
— Justamente no período de maior necessidade hídrica, que é da floração em diante. Essa condição de chuva aliada às temperaturas extremas pegou em cheio a lavoura na fase mais sensível. Então, as perdas são maiores quando comparadas às divulgadas até este momento no Rio Grande do Sul.
Em meio à sequência de problemas climáticos, securitização e irrigação também marcaram a cerimônia realizada na Fazenda Pedras Altas.
— Por isso o governo estadual solicita à União uma securitização, ou seja, a renegociação das dívidas dos produtores, para que tenham fôlego para continuar plantando — disse o governador Eduardo Leite, presente na abertura da colheita.
Mencionou ainda o programa estadual de irrigação, que subsidia 20% do projeto, com um teto de R$ 100 mil e que está com inscrições abertas.