O Governo do Estado arrecadou R$ 484,9 milhões com o leilão de ações do Banrisul feito no início da tarde. Foram vendidos 26 milhões de papéis, cotados a R$ 18,65 por ação.
A venda foi comunicada ao mercado nessa segunda-feira e o preço mínimo era de R$ 18, o que garantiria R$ 468 milhões aos cofres do Estado. Havia uma expectativa de atingir R$ 500 milhões.
Foram vendidas as chamadas PNs, que são ações preferenciais, sem direito a voto. Portanto, o controle do banco segue estatal.
A operação foi conduzida pelo BTG Pactual. O banco, inclusive, "ancorou", ou seja, conseguiu compradores que somaram R$ 347 milhões através da sua própria corretora.
— Governo conseguiu uma saída menos custosa para fazer caixa de parte de seu patrimônio em ações do Banrisul ao optar por um leilão em bolsa. Ao não optar pela privatização, que lhe permitiria capturar bilhões, e pela necessidade de caixa imediata, foi uma opção possível e bem sucedida de obter quase meio bilhão — analisa Wagner Salaverry, sócio da Quantitas.
Na sexta-feira, o Banrisul divulgou fato relevante dizendo que o governo do Estado desistiu de oferta pública de ações do banco. A Secretaria da Fazenda disse depois que a desistência se referia às ações ordinárias, as ONs. O motivo era o baixo preço das ações. A operação anterior era mais estruturada, mas também mais cara.
Quando anunciou a venda de ações em outubro, a Secretaria Estadual da Fazenda chamou a operação de "Desinvestimento do Governo do Estado em Ações Preferenciais do Banrisul". Justificou a medida pelo agravamento do desequilíbrio fiscal e pela falta de recursos.
Além disso, o Banrisul trabalha com a abertura de capital de uma subsidiária. A ideia é fazer o IPO da Banrisul Cartões.