O debate na Seleção Brasileira é quando jogarão juntos Rodrygo, Vinicius Junior e Endrick. Falso debate. Dorival Júnior tem crédito. Insiste que Endrick é joia rara. Por isso o cuidado para não colocar muito peso sobre um adolescente. Não é questão técnica, portanto, e sim emocional.
Só que, no campo, quando Endrick entra, seja na Seleção ou no Palmeiras, não se vê nervosismo algum. Ao contrário. É ele quem bate no peito e vira aquele jogo sobre o Botafogo, emblema da arrancada rumo ao título brasileiro.
No Brasil, quatro jogos e três gols. Por enquanto, o que se viu foi um mental de aço nele. É desassombrado. Que o trio do Real Madrid comece contra a Costa Rica, na estreia na Copa América. Garantia de Nirvana? Aí é que está. Não — mas por outro motivo.
A Seleção ataca bem e defende mal. Toma gols ainda facilmente para o padrão penta mundial. Vai melhorar, claro. O início de trabalho de Dorival é excelente. Já se vê o time engajado. Tenho fé na na Copa América, que é parte do processo.
O comandante recuperou o vestiário. Contra os Estados Unidos, o Brasil finalizou incríveis 25 vezes. O goleiro americano pegou até pensamento. Só que Alisson operou dois milagres de canonização no Vaticano após falhar no gol de falta do ótimo Pulisic, do Milan. Antes, bola na trave. O meio-campo brasileiro marca pouco.
Rodrygo foi o melhor em campo no ataque, mas tem que recompor mais rápido pelo lado. Se ele, Vinicius Junior e Endrick entrarem nessa de estrelas perto do gol sempre, teremos problemas. Equipe alguma suporta três com a mão na cintura sem a bola. O PSG de Messi, Mbappé e Neymar deu errado por isso. Houve fartura de espaço para os norte-americanos no empate em 1 a 1.
Na direita, Raphinha demorava a descer. Danilo sonhará com Pulisic. Os dois volantes, João Lucas e Bruno Guimarães, ficaram dramaticamente sobrecarregados.
Talvez seja preciso repensar uma peça: Lucas Paquetá. Para suportar o trio ofensivo, ele tem de se sacrificar. Ser mais volante e menos meia. No contra-ataque, jamais pode ser o último a voltar. E foi, algumas vezes, contra os Estados Unidos.
Paquetá vinha muito bem, mas parece com a cabeça na lua diante da denúncia da Federação Inglesa por suposto envolvimento em apostas. Talvez seja melhor preservá-lo. O time melhorou sem ele e com Andreas Pereira — justamente quando Endrick se somou a Rodrygo e Vini Jr., na metade da etapa final.