Conforme venho insistindo desde a saída de Renato, o Grêmio está decidido a mudar tudo. Uma refundação das práticas dos últimos anos, cujos sinais de esgotamento eram evidentes. Métodos que funcionaram muito lá atrás, mas que se mostraram ineficientes neste novo cenário do futebol. Ninguém demite tanta gente em tão pouco tempo se não estiver decidido a assumir os riscos de uma grande mudança.
O português Pedro Caixinha, 56 anos, é uma boa escolha. Gosta de times intensos, com juventude e que marcam muito. No melhor momento do Bragantino, antes de perder nomes como Helinho e Léo Ortiz e baixar rendimento, seu time era daqueles “chatos” de enfrentar, porque competia muito, suportado por muita força física e disciplina tática.
Se vai dar certo ou não, dependerá do que tiver em mãos. Dos reforços. A pressão no Grêmio é muito diferente da que (não) existe em Bragança Paulista. Mas é um técnico experiente, rodado, apaixonado pelo estudo, com experiência internacional e muito bem visto no ambiente do futebol.
Como falei antes, posso repetir sem ser engenheiro de obra pronta. Eram açodadas as críticas sobre a demora de Alberto Guerra para anunciar o técnico. Como substituir tantas pessoas da noite para o dia? A prova é Pedro Caixinha, um técnico estrangeiro, com outra cabeça, que terá todos os postos de trabalho para compor livremente sua comissão.
Pela maneira como terminou o ano, o Inter abre o Gauchão à frente. Mas a mudança radical de perfil do Grêmio, com Caixinha, recoloca o clube numa disputa em que estava muito atrás.
Antes, não havia rumo algum. Agora, a esperança possível voltou.