Pode ser só coincidência. Coincidências existem, né? Mas logo depois que o Inter não renova o contrato com o Gustavo Grossi, gerente-executivo da base colorada, na quinta-feira (1º), as coisas já parecem ter mudado.
Ele veio ao Beira-Rio com status de grande contratação e eu, por exemplo, inicialmente, achei muito bom. Acredito que ninguém criticou contratar um profissional que tinha mudado a vida do River Plate, né?
Enfim, o que parece é que as coisas que não aconteceram exatamente como Inter planejava. A informações de bastidores dão conta que na Argentina ele trabalhava mais com jovens na faixa de 15 e 16 anos e que, talvez, não seja tão bom assim, ou pelo menos não tão como se imaginava, para agir na realidade brasileira.
A questão seria na captação de jogadores "semiprontos", até porque River e Boca são as grandes potências da Argentina. O mercado e os empresários querem aquela vitrine. Fica mais fácil.
No Brasil, há vários grandes clubes nessa briga de foice. Faltou, além do trabalho de longo prazo na formação, um trabalho melhor na busca dos chamados "semiprontos", com tempo menor de lapidação para uso no grupo principal. Ao que sei, o Inter esperava um envolvimento mais pessoal de Grossi no clube.
Os próximos jogos do Inter no Gauchão serão decisivos para saber em que medida a saída desse profissional pode acelerar o aproveitamento da base. Mas o fato é que ele sai e logo em seguida já se pode observar algumas mudanças. E não falo da utilização de Lucca, pois o atacante já estava no cenário do Inter no ano passado. Refiro-me a Gustavo Prado, jovem de 18 anos. Ele não estava no cenário do Inter para ser utilizado tão imediatamente. E aí, do nada, o guri entra contra o Caxias, no último sábado (3), e faz uma atuação segura.
Fiquei com a sensação de um Eduardo Coudet mais leve e solto para puxar este ou aquele menino. O técnico chegou a beijar a testa de Gustavo Prado antes da entrada em campo. Como falei, pode ser apenas coincidência. Ou não.