O secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, afirmou, nesta segunda-feira (19), que a sindicância que apura a atuação dos policiais militares no caso da prisão do motoboy Everton Henrique Goandete da Silva, 40 anos, ocorrida no último sábado (17), deve ser concluída até 24 de fevereiro.
A apuração sobre a conduta dos policiais está sendo feita pela Corregedoria-Geral da Brigada Militar. Segundo Caron, até as 10h desta segunda-feira, sete pessoas já haviam sido ouvidas no âmbito da apuração interna.
— O objetivo é fazer uma apuração dentro da técnica, também uma apuração célere. O objetivo é, no máximo, em uma semana, nós termos essa situação concluída e obviamente vamos prestar contas do resultado da apuração. A sindicância foi instaurada no sábado — disse Caron, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
Durante a entrevista, o secretário disse que, até o momento, não é possível condenar ou absolver a ação dos policiais.
— Eu estou sendo cuidadoso. Eu não posso condenar os policiais. E também não posso absolver antes dessa sindicância que a Brigada já prometeu que em uma semana vai concluir. Então, assim, de fato, o que está sendo apurado ali? As condições em que ambas as partes foram conduzidas. O que foi feito eventualmente a mais para um e o que foi feito eventualmente a menos para outro. Agora, se foi um erro de procedimento, se foi uma falha de comunicação, isso a sindicância vai apurar — afirmou Caron.
A investigação foi aberta após a divulgação de diversas fotos e vídeos que mostram um motoboy negro sendo algemado e conduzido pela Brigada Militar após ter sido vítima de uma facada desferida por um homem branco. O motoboy e testemunhas alegam que os policiais trataram a vítima como criminosa – enquanto o suposto agressor seguia livre e era tratado com deferência pelos brigadianos.
Câmeras nas fardas
Na entrevista, o secretário também afirmou que o governo do Estado segue tentando contratar o serviço de câmeras de monitoramento para uso em fardas de policiais, mas que até o momento todos os equipamentos oferecidos por empresas na licitação foram rejeitados nos testes da Brigada Militar. Segundo Caron, em até um mês será concluída a análise dos equipamentos oferecidos pela empresa que ficou na última colocação da licitação.
— Nós estamos concluindo o teste de bancada (das câmeras oferecidas pela última colocada), depois vamos para os testes na rua. Eu acredito que mais ou menos em um mês a gente já tem o resultado desses testes. É como eu disse, o nosso objetivo é contratar de maneira muito técnica — afirmou Caron.