Quando a imagem de um menino esquálido, com olheiras profundas, sem brilho nos olhos ou nos cabelos, começou a ser divulgada, a professora Silviana Lorenzatto Nardi sentenciou para si mesma: “não é ele”. A fotografia mostrava Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, sentado na cama da pousada onde vivia com a mãe e a madrasta em Imbé, no Litoral Norte. Apático, entristecido, com um livro aberto sobre o colo, o garoto não se parecia em nada com a criança ativa, de sorriso largo, que havia deixado a escola em Paraí, na Serra, no início do ano.
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