Os roubos e os furtos de veículos tiveram queda no Rio Grande do Sul em janeiro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), que divulgou os indicadores criminais nesta quinta-feira (11), somente nos roubos a redução foi de 39,7%. Também foram anunciadas reduções nos casos de homicídios e latrocínios, o mesmo índice nas ocorrências de feminicídios e aumento nas tentativas.
No total, foram 358 ocorrências deste delito a menos no Estado de um ano a outro. Porto Alegre foi responsável por mais da metade da redução nos índices.
Além do cercamento eletrônico e do videomonitoramento — que ocorrem também em outras cidades gaúchas —, a concentração deste tipo de crime em uma única delegacia especializada na Capital é apontada como fundamental para combater toda a cadeia do roubo de automóveis.
Os casos de roubo de veículos no Estado passaram de 902 em janeiro de 2020 para 544 no mês passado. É o menor índice para o período desde que os dados são contabilizados, em 2002.
Para efeito de comparação, em janeiro de 2017, quando houve o pico deste tipo de delito, foram 1.756 motoristas que tiveram seus automóveis levados por assaltantes, ou seja, três vezes mais do que o total verificado no mês passado. Um dos casos resultou na prisão de casal que trafegava com carro roubado em rodovia do Litoral Norte.
Os furtos de veículos também tiveram queda no RS, passando de 1.128 em janeiro de 2020 para 741 no último mês, uma redução de 34,3%.
Para a SSP, o videomonitoramento e o cercamento eletrônico foram fundamentais para diminuir os índices. Atualmente, há 253 municípios que contam com o serviço ou que estão em fase de implantação. Há em funcionamento no Estado aproximadamente 400 câmeras de cercamento eletrônico (com o leitor das placas) e mais de 2,5 mil câmeras de videomonitoramento.
Números de Porto Alegre
Porto Alegre registrou, em janeiro, 194 casos de roubo de veículo, uma queda de 46,7% na comparação com o mesmo período de 2020, quando foram 364 ocorrências. Trata-se do menor número desde 2012 para um mesmo mês.
A chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor, lembra que houve concentração das investigações deste tipo crime em uma única delegacia — a Delegacia de Roubo de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Como resultado, em todo o ano passado, 962 pessoas na Capital foram indiciadas por furto e roubo de carros, sendo que 94 delas também por associação criminosa e organização criminosa.
— É um novo modelo que deu certo na Capital, tirando investigação das distritais, não porque tinham menos condições, mas para que aprofundássemos a identificação de todas as ramificações das quadrilhas organizadas. Essa mudança de comportamento, aliada ao videomonitoramento, cercamento eletrônico e à integração com a Brigada Militar na busca de assaltantes, tem surtido efeito — ressaltou.
Segundo Nadine, outro fator importante é a Delegacia de Controle Técnico que devolve rapidamente o veículo roubado à vítima. Ela diz que isso é a qualificação do atendimento ao cidadão, um dos eixos do Programa RS Seguro.
Já em relação aos furtos de veículos, Porto Alegre teve 132 registros no mês passado e 283 em janeiro de 2020. Uma queda de 53,3%.
Ataques a banco no RS
Em relação aos ataques a banco em todo o Rio Grande do Sul, o primeiro mês de 2021 apresentou cenário semelhante ao de igual período do ano anterior. Na soma de furtos e roubos a estabelecimentos financeiros, foram três ocorrências em janeiro de 2020 e quatro neste ano.
Mesmo assim, é o segundo menor índice para o mês desde 2002. Em relação a 2018, por exemplo, quando houve grande número de ocorrências destes tipos, a redução é de 60%.
Ações da Brigada Militar e o foco no serviço de inteligência por meio do Programa RS Seguro têm sido fundamentais para que as polícias se antecipem às quadrilhas. No mês passado, dois ataques foram impedidos na Serra: em Guaporé e em Serafina Corrêa. Em Porto Alegre, houve um registro no mês passado e nenhum no mesmo período de 2020. O crime ocorreu no Centro Histórico.