O Rio Grande do Sul começou o ano com redução no número de homicídios e latrocínios, mas manteve o índice de feminicídios na comparação com janeiro de 2020. Os indicadores do mês passado, divulgados nesta quinta-feira (11) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), mostram ainda aumento nas tentativas de feminicídio, enquanto estupros e lesões corporais tiveram quedas.
Em relação aos homicídios, o Estado inicia o terceiro ano consecutivo com queda: foram 140 ocorrências em janeiro de 2021, contra 158 do mesmo período do ano passado — redução de 11,4%. É o menor índice para o mês desde 2007.
Entre as cidades que tiveram as maiores reduções no último mês, nove integram o grupo de 23 municípios priorizados pelo programa RS Seguro: Canoas, Sapucaia do Sul, Gravataí, Santa Maria, São Leopoldo, Alvorada, Esteio, Porto Alegre e Viamão.
Butiá, Capela de Santana, Cidreira, Dom Pedrito e Mariana Pimentel também se destacaram no percentual de queda nos assassinatos. Em relação à Capital, no último dia de janeiro, dia 31, houve um triplo homicídio ocorrido no bairro Jardim Carvalho, na zona leste.
Latrocínios
Assim como os homicídios, os roubos com morte também tiveram queda em janeiro. Foram quatro latrocínios no mês passado, e cinco no mesmo período de 2020 — redução de 20%. É o menor índice para janeiro desde 2008.
Para o vice-governador e titular da SSP, Ranolfo Vieira Júnior, a queda dos indicadores é um reflexo da prioridade com que o assunto é tratado e com base na integração, serviço de inteligência, além do investimento qualificado.
— Reequipamos as polícias com mais de 1,4 mil novas armas, 14 mil coletes e 740 veículos nos últimos dois anos. Entregamos recentemente cerca de cem viaturas semiblindadas, as primeiras da história do Estado, e que será padrão a partir de agora. Só no ano passado, ingressaram 1,3 mil novos servidores. Neste ano, vão ingressar mais 3,1 mil — destacou.
Para a chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor, o combate aos crimes contra a vida tem como foco atuar rapidamente na identificação dos autores, principalmente na questão de que parte dos responsáveis por este delito está ligada à guerra de facções no Estado.
— Além de concentrarmos as ações, como na Região Metropolitana, em delegacias especializadas no assunto, o foco é priorizar, identificar e prender o mais rápido possível — disse Nadine.
Feminicídios
Ao contrário dos outros dois crimes contra a vida, os feminicídios não tiveram variação: foram 10 vítimas no mês passado, o mesmo índice de janeiro do ano anterior. E o número de tentativas de feminicídios subiu de 23 para 31 no período, aumento de 34,7%.
Nos outros indicadores monitorados pela SSP, o Estado teve reduções. O total de ameaças a mulheres por questões de gênero teve a maior retração, de 18,9%, com cerca de 700 ocorrências a menos de um ano a outro. Foram 3.788 registros em janeiro de 2020 e 3.072 no primeiro mês deste ano. Na mesma comparação, as lesões corporais caíram de 2.226 casos para 1.875, uma redução de 15,8%. Em relação aos estupros, a queda foi de 193 para 163, um total de 15,5%.
Entre as ações para reforçar o combate à violência contra a mulher, um dos destaques é a ampliação em 143% no número de municípios com cobertura das Patrulhas Maria da Penha da Brigada Militar. Em 2019, 46 cidades contavam com o serviço especializado de acompanhamento de vítimas amparadas por medidas protetivas de urgência. O ano passado terminou com 108 municípios abrangidos. E, no mês passado, mais quatro cidades foram incluídas.
Outra medida importante para aprimorar a proteção do público feminino foi a reinauguração da área do plantão da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (1ª Deam) de Porto Alegre.
Para denunciar casos de violência contra a mulher contate o Disque-Denúncia pelo telefone 181. Além disso, há os Centros de Referência da Mulher, delegacias especializadas e a Defensoria Pública.
Porto Alegre
Na Capital, que já havia registrado o menor número de assassinatos desde 2010, foram 22 homicídios em janeiro passado, contra 25 do mesmo mês de 2020. Isso representa uma redução de 12%.
Em relação aos feminicídios, não houve registros no mês passado na cidade, enquanto que em janeiro de 2020 foram dois casos.
Já nos casos de latrocínio, houve um no primeiro mês deste ano e nenhum no mesmo período do ano anterior. Foi o único tipo de crime contra a vida que registrou aumento na Capital.