O sujeito passou o dia bebendo e se drogando. Discutiu com a mulher e a matou, com três tiros. A filha dela, de 13 anos, tentou interferir e também foi atingida com três disparos. Está hospitalizada. A covardia aconteceu em Porto Alegre, na segunda-feira (28).
Só que desta vez não ficou assim. A Polícia Civil conseguiu informações em minutos, foi atrás e localizou o assassino em Arroio do Meio, no Vale do Taquari. Parabéns. Chega de violência doméstica. Chega de feminicídio. Chega de agressões a mulheres.
O ano foi repleto de casos escabrosos de mulheres agredidas e assassinadas. As estatísticas desse tipo de crime no país aumentaram cerca de 2% no primeiro semestre, período em que famílias conviveram mais em ambiente fechado, em decorrência da pandemia. Tudo indica que o percentual será maior ainda, quando compilados os dados de todo 2020.
As vítimas são de todas as classes e escolaridades. No duplo caso de Porto Alegre, humildes e da periferia. No episódio mais notório, no Rio, a juíza Viviane Arronenzi foi morta a facadas na véspera de Natal, em frente às filhas.
O Rio Grande do Sul, felizmente, está na contramão dessas estatísticas. O número de feminicídios caiu 20% entre janeiro e novembro, se comparado com igual período de 2019. Já tinha diminuído, 10%, no ano anterior.
É preciso saudar aí duas providências. A primeira, as patrulhas Maria da Penha, da BM, que tiveram um incremento de 135%. Eram 46 os municípios atendidos em 2019, passaram a 108.
A segunda é a agilidade da Polícia Civil, quando consumados os crimes ou ameaças. Foram remetidos 34 mil procedimentos de violência doméstica à Justiça e presos mais de 500 agressores.
Pelo menos em relação a essas duas iniciativas, o hino riograndense tem justificado sua principal estrofe: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”. Claro que falta muito a fazer, mas já há um caminho promissor.