Os adolescentes de hoje não tinham nascido quando o Rio Grande do Sul exibiu pela última vez indicadores tão bons na segurança pública. Conforme dados do governo estadual relativos a 2020, desde 2007 o total de homicídios não era tão baixa. A taxa está em 15 mortes por 100 mil habitantes, contra 26 por 100 mil em 2017, o pior momento da história gaúcha.
No quesito roubo de veículos, uma chaga que assola o Rio Grande do Sul, o número é o menor desde 2002. Ou seja, em duas décadas. Aliás, se avaliados os maiores indicadores num todo, são as melhores performances nos 20 anos. Caíram também os percentuais de latrocínios (7,5% a menos que no ano anterior), feminicídios (21% a menos que em 2019) e ataques a banco (55% a menos).
Seguidamente recebo de leitores a desconfiança de que os números estão maquiados. Estamos abertos a essa possibilidade, desde que venha com provas. Caso contrário, é só intriga, na maioria das vezes com fundo político ou corporativo.
As explicações possíveis para a redução dos crimes diferem para cada tipo de delito. Os homicídios, justiça seja feita, vem diminuindo em número desde o governo anterior, de José Ivo Sartori. Três fatores entram aí: prisão de lideranças criminais e isolamento delas em penitenciárias de outros Estados, concentração de efetivos policiais em cidades mais assoladas pelo crime e também pactos entre líderes de facções (que o governo nega, mas existem em alguns casos). Já pela redução no roubo de veículos o grande responsável é o cercamento eletrônico, que usa câmeras de vídeo para detectar placas de automóveis em situação irregular.
Os roubos em geral, incluindo de bancos, podem ter caído ainda mais porque o ano é de pandemia. Menos circulação de gente nas ruas, menos alvos para ladrões. E os feminicídios? Enquanto no Brasil aumentaram, aqui diminuíram. Contribui para isso a criação de patrulhas Maria da Penha, da BM. E prisões de centenas de abusadores, por parte das polícias em geral.
Enfim, ótimos resultados.