O prazo para que seis criminosos que integram a lista dos mais perigosos do Rio Grande do Sul permaneçam isolados em penitenciárias federais termina nesta quarta-feira (17). O Ministério Público (MP) e a Polícia Civil haviam solicitado ao Judiciário, no mês passado, a manutenção dos apenados em prisões fora do Estado, para onde foram transferidos durante a operação Pulso Firme, em 2017. Até a publicação desta reportagem, a Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre não havia se manifestado sobre os pedidos.
Com o fim do prazo, Diego Moacir Jung, o Dieguinho, Fábio Fogassa, o Alemão Lico, Jonatha Rosa da Cruz, o Vick, Letier Ademir Silva Lopes, Miltom de Melo Ferraz e Márcio Oliveira Chultz, o Alemão Márcio, poderão ser transferidos, novamente, para cumprir pena em prisões gaúchas. Juntos, somam mais de 352 anos de pena por crimes como homicídio, tráfico de drogas e ataques a bancos.
Enquanto aguarda o parecer do Judiciário, o MP também prepara um recurso sobre a decisão de terça-feira (16) das Varas de Execuções Criminais (VECs) de Novo Hamburgo e de Canoas que autorizaram a volta ao sistema prisional gaúcho de outros cinco líderes de facções criminosas que também estão em prisões federais: Anderson Bueno Martins, o Fofo, Leonardo Ramos de Souza, o Peixe, Juliano Biron da Silva, o Biron, Wagner Nunes Rodrigues, o Minhoquinha e de Risclei Bueno Martins, o Pelico, com 42 anos e quatro meses de pena.
Nesta quinta-feira (18), encerra o prazo para que outros três líderes de facções continuem em penitenciárias federais. São eles: Adriano Pacheco Espíndola, Vanderlei Luciano Machado e Caio Cesar Pereira da Silva. Já na sexta-feira (19), termina o tempo de permanência para os presos Cássio Alexandre Ribeiro e Dezinar de Moura Camargo. Na semana que vem, no dia 24, Daniel Araújo Antunes também poderá retornar ao RS.
Inicialmente, em julho de 2017, uma megaoperação policial efetuou a transferência de 27 presos gaúchos para penitenciárias federais — 10 deles já retornaram. Agora, com o fim dos prazos, os outros 17 poderão voltar ao Rio Grande do Sul. O pedido não atinge todos os 33 presos do RS que atualmente estão mantidos isolados fora do Estado.
Entre os argumentos adotados pela Polícia Civil e Ministério Público para pedir que os chefes de organizações permaneçam segregados fora do Estado está a redução dos indicadores de criminalidade. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, o Rio Grande do Sul teve redução de 24% nos homicídios, com 303 mortes a menos do que no mesmo período do ano passado.