A Justiça gaúcha decretou nova prisão do químico industrial Sérgio Alberto Seewald, conhecido como "Alquimista" e "Mago do Leite". O pedido havia sido feito na semana passada pelo Ministério Público estadual e refere-se ao processo a que Seewald responde do ano de 2014. O químico foi preso no último dia 11, durante a 13ª fase da Operação Leite Compensado, em que ele é suspeito de participar de esquema que adulterava produtos lácteos estragados para disfarçar a má qualidade dos itens na fábrica Dielat, em Taquara, na Região Metropolitana.
A nova prisão decretada pela Justiça refere-se à 5ª fase da operação, ocorrida há 10 anos. Na época, ele foi detido pelas mesmas práticas de adulteração do leite no município de Imigrante, no Vale do Taquari. O químico chegou a ficar preso por seis meses. Porém, um habeas corpus autorizou Seewald a responder ao processo em liberdade, desde que não atuasse na área de laticínios. Ele também teve outras condicionantes impostas, como se apresentar mensalmente à Justiça e não se ausentar da Comarca de Teutônia sem prévia autorização judicial nem faltar aos atos do processo.
A decisão de agora é da juíza Patricia Stemar Netto, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia, onde o processo tramita desde 2014 contra 14 réus, ainda sem condenações. No despacho desta segunda-feira (16), a magistrada destaca que "havia determinação expressa de que o réu (Seewald) não poderia atuar no ramo lácteo, entenda-se, em qualquer setor, inexistindo exceções à ordem judicial" e ressalta que "não só o réu descumpriu, como foi novamente preso em operação deflagrada pelo Ministério Público com repercussão nacional, cometendo o mesmo crime, qual seja, adulteração de leite e derivados".
No novo pedido de prisão, a juíza destaca que o réu "usou a artimanha de mascarar suas ações (formulações junto à empresa Dielat) através de empresa aberta propositalmente em nome da esposa". Cita ainda que "sem autorização expressa do juízo, o réu mudou-se do domicilio da culpa, ao arrepio do Poder Judiciário".
A juíza Patricia Stemar Netto justifica que "a conduta reiterada do réu em perpetrar os mesmos crimes, utilizando os seus conhecimentos técnicos para fraudar leite e derivados, coloca em risco a ordem pública nacional e internacional, posto que há informações veiculadas na impresa de que a empresa onde o réu atuava exportava produtos para outros países".
A reportagem de Zero Hora entrou em contato e aguarda contraponto da defesa de Sérgio Alberto Seewald, referente ao novo pedido de prisão.