A Brigada Militar (BM) entrou, nesta sexta-feira (19), no 14º dia de buscas aos fugitivos de um roubo a banco em Dom Feliciano, no sul do Estado. Desde o ataque a uma agência do Bradesco, ocorrido no último dia 6, dezenas de policiais fecham o cerco aos criminosos, que ainda estariam escondidos na região.
Na madrugada de quarta-feira (17), um grupo, que supostamente estaria tentando resgatar os fugitivos, entrou em confronto com a Polícia Federal (PF) ao romper uma barreira no município de Cristal, também na mesma região. Na troca de tiros, duas mulheres morreram e duas crianças e um homem ficaram feridos. Eles estavam em dois veículos que teriam investido contra o bloqueio policial.
Em Dom Feliciano, o salão paroquial da igreja Nossa Senhora Czestochowa, virou a base de uma força-tarefa montada para as buscas. De lá, saem todos os dias equipes para vasculhar uma área que se estende até o município vizinho de Amaral Ferrador, cobrindo cerca de 30 quilômetros. Pelas estradas vicinais do interior dos municípios, barreiras são montadas, motoristas são parados e identificados e porta-malas e caçambas são revistadas. Por questões de segurança, a polícia não divulga os pontos exatos dessas abordagens.
Morador de uma dessas áreas, o aposentado Zeno Griszewski diz que não se incomoda com a operação perto de casa, mas teme que os bandidos estejam em uma região próxima.
— O que a gente puder fazer para ajudar a polícia, vamos fazer. Mas tem essa sensação de insegurança, pois a gente nunca sabe o que tem por aí. Eles (fugitivos) podem estar bem pertinho da minha casa — afirma.
De férias na casa do pai, o funcionário público João Marcos Alves Griszewski, morador de Sapucaia do Sul, não acredita que o bando esteja na área.
— Ou foram embora a tempo (após o ataque), ou estão em uma casa, com estrutura. Bandido não sabe viver no mato. Nesse período teve um monte de noites frias — especula.
Conforme o comandante do 30º Batalhão da Brigada Militar de Camaquã, major Marcelo Nunes Ferreira, as informações coletadas pela inteligência da Polícia Federal dão conta de que os criminosos seguem nas redondezas. Portanto, as buscas vão continuar.
– Temos reuniões diárias de avaliação. Por aqui, há muitas áreas abandonadas, galpões, estufas de fumo, eles podem se abrigar. Tanto estão por aqui, que um grupo veio tentar resgatá-los – comentou, relembrando o confronto da última quarta-feira (14).
Trabalham na operação o Batalhão de Choque de Santa Maria, pelotões de Choque de Pelotas e Rio Grande, Batalhão de Operações Policiais Especiais, de Porto Alegre, Batalhão de Aviação e mais o efetivo local, do 30º Batalhão de Camaquã.